Dança em Rede

Jair Moraes

  • Categoria: Profissionais da dança
  • País de origem: Brasil
  • UF de origem: RJ
  • Cidade de origem: Rio de Janeiro
  • Atividade: Coreógrafo
  • Atividade: Diretor
  • Atividade: Mestre
  • Data de nascimento: 30/10/1946

Histórico

Jair Moraes nasceu em 30 de outubro de 1946, no bairro Pavuna, no Rio de Janeiro. Inicia seus estudos em dança clássica, em 1960, com o professor Edmundo Carijó (1925-2009). Estudou também com a mestra Tatiana Leskova e Eugênia Feodorova (1925-2007).

Dançou profissionalmente em programas culturais de emissoras de televisão, em 1964, e quatro anos depois, é aprovado em audição pública e passa a integrar o elenco do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (TMRJ).

Em 1971, integra o Corpo de Baile do Teatro Guaíra (BTG), em Curitiba (PR). Recebe o papel principal (Franz) e dança com sua partner Adelina Moris, o balé Coppélia (1870), de Arthur Saint-Léon (1821-1870), remontado pelo diretor/coreógrafo, Yurek Shabelewski (1910-1993). Ê aprovado também, em 1972, no Corpo de Baile do Teatro Municipal de São Paulo (TMSP). Atua como solista no bailado Les Sylphides (1832), remontado por Johnny Franklin (1931-1991), ao lado de sua partner, Ivonice Satie (1950-2008). No mesmo ano, Marília Franco (1923-2006), torna-se diretora da companhia e remonta o grand pas de deux do balé Paquita de Marius Petipa (1818-1910) para Moraes e a bailarina principal do TMSP, Mariângela D’Andrea.

Em 1973, sua vida toma outro rumo. Passa a integrar o elenco do Ballet Gulbenkian, em Lisboa (Portugal), onde atuou por uma década e chegou a ser bailarino principal. Durante esse tempo na Europa, aperfeiçoa seus estudos com os mestres Boris Kniaseff (1900-1975), Vera Volkova (1905-1975) e Maurice Béjart (1927-2007).

Em 1979, recebe o convite do diretor e coreógrafo Carlos Trincheiras (1937-1993) para retornar ao Brasil e assumir o cargo de primeiro-bailarino do Ballet Guaíra, em Curitiba (PR). No ano seguinte, torna-se maître de ballet (mestre de balé) e assistente de ensaio do Ballet Guaíra.

Jair também foi diretor artístico, mestre e coreógrafo do Grupo Raízes de Caxias do Sul (RS). Em 1989, torna-se consultor artístico da Cia. Estável Promodança de São Paulo, função que mantem até os dias de hoje.

Em 1994, assume a direção do Ballet do Teatro Guaíra após a morte de Carlos Trincheiras, onde permanece até 1997. Dois anos depois, torna-se professor adjunto do BTG, sob a direção artística de Suzana Braga (1949-2014), dando aulas de dança clássica ao elenco.

Ao longo de sua carreira, Jair teve várias partners, entre elas: Eleonora Greca, Regina Kotaka, Vânia Kesikowsky, Denise Siqueira (Curitiba); Bettina Dalcanalle, Áurea Hammerli e Norma Pinna (Rio de Janeiro); Mônica Mion, Ivonice Satie e Mara Mesquita (São Paulo); Karla Couto e Lina
Lapertosa (Belo Horizonte).

Em 2003, nasce o projeto Dança Masculina Jair Moraes, que é oficialmente registrada como Companhia de Dança Masculina Jair Moraes, em 2007, atuando até os dias de hoje. Em 2012, comemorou 50 anos de carreira artística.

Trabalhos

1946 Em 30 de outubro de 1946, no bairro Pavuna, zona norte do Rio de Janeiro (RJ), nasce Jair Moraes, filho de Olga Figueiredo de Moraes (1920-1976) e Waldemar de Gouveia Moraes (1916-1966);
1955 A carreira militar do pai faz com que a família passe a residir em Recife (PE). Lá, assiste a um espetáculo de dança e decide tornar-se bailarino, enfrentando a oposição paterna;
1960 A família retorna ao Rio de Janeiro e Jair inicia aulas de dança clássica, com o professor Edmundo Carijó (1925-2009);
1962 Aperfeiçoa seus estudos de dança clássica e técnica de pas de deux, com as mestras Tatiana Leskova e Eugênia Feodorova (1925-2007);
1964 Passa a atuar profissionalmente, dançando em programas culturais de emissoras de televisão (as extintas TV Excelsior e TV Tupi);
1968 Ê aprovado, em audição pública e passa a integrar o elenco do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (TMRJ), sob direção do maître (mestre) argentino, Héctor Zaraspe;
1971 Ê aprovado, em audição pública, para integrar o elenco do Corpo de Baile do Teatro Guaíra, em Curitiba (PR). Recebe o papel principal (Franz) e dança com sua partner Adelina Moris, o balé Coppélia (1870), de Arthur Saint-Léon (1821-1870), remontado pelo diretor/coreógrafo, Yurek Shabelewski (1910-1993);
1972 Ê aprovado, em audição pública, para integrar o elenco do Corpo de Baile do Teatro Municipal de São Paulo (TMSP). Atua como solista no bailado Les Sylphides (1832), remontado por Johnny Franklin (1931-1991), ao lado de sua partner, Ivonice Satie (1950-2008). No mesmo ano, Marília Franco (1923-2006), torna-se diretora da companhia e remonta o grand pas de deux do balé Paquita de Marius Petipa (1818-1910) para Moraes e a bailarina principal do TMSP, Mariângela D’Andrea;
1973 Viaja para a Europa e passa a integrar o elenco do Ballet Gulbenkian, em Lisboa(Portugal), atua na companhia por uma década e chega ao posto de bailarino principal. Atua como solista na obra, Catulli Carmina (1964) de John Butler (1918-1993);
1974 Aperfeiçoa seus estudos em dança, em Paris (França), com o mestre russo Boris Kniaseff (1900-1975) e aprende um método de ensino da dança para os corpos masculinos, que inclui exercícios no solo e na barra – Boris Kniaseff Floor Barre. Por representar o Ballet Gulbenkian, recebe o prêmio de bailarino revelação no Festival de Nervi (Itália). No mesmo ano, recebe o prêmio de melhor bailarino do Festival de Inverno de Cascais (Portugal);
1975 Na Alemanha, aperfeiçoa seus estudos em dança, com a mestra de tradição russa, Vera Volkova (1905-1975), e interessa-se pela pedagogia e o ensino do movimento;
1977 Na Bélgica, aperfeiçoa seus estudos em dança, com Maurice Béjart (1927-2007) e após três meses de aulas, ensaios e estágio na companhia, recebe o convite para dançar a ópera-balé cômica Les Oiseaux (1965), de Béjart;
1979 Recebe o convite do diretor e coreógrafo Carlos Trincheiras (1937-1993) para retornar ao Brasil e assumir o cargo de primeiro-bailarino do Ballet Guaíra, em Curitiba (PR). Dança o solo Canto de Morte e, juntamente com Bettina Dalcanale, o dueto Ao Crepúsculo – ambos criados por Trincheiras;
1980 Torna-se maître de ballet (mestre de balé) e assistente de ensaio do Ballet Guaíra. Desempenha em Petrouchka (1910), remontado por Trincheiras, um dos papeis mais relevantes de sua trajetória artística. O bailado foi o destaque da temporada denominada Soirée Stravinsky, lembrando os cinquenta anos da morte do diretor/empresário dos Ballets Russes, Sergei Diaghilev (1872-1929). Coreografa a obra Microcosmo para o I Ateliê Coreográfico do Ballet Guaíra;
1981 Assume a coordenação do Curso de Formação Acelerada para Rapazes – para equalizar rapidamente a defasagem técnica do elenco masculino da companhia. Dança o dueto Opus V de Maurice Béjart (remontado por Trincheiras para ele e Bettina Dalcanale);
1982 Coreografa a obra Noite de 4 Luas, para o III Ateliê Coreográfico do Ballet Guaíra. Dança como solista, ao lado de Eleonora Greca, na obra O Trono (repertório do Ballet Gulbenkian) de Trincheiras;
1983 Estreia em O Grande Circo Místico, de Carlos Trincheiras, com roteiro/composição musical original de Chico Buarque, Edu Lobo e Naum Alves de Souza (considerda a obra-prima do repertório do Balé Guaíra e responsável pela sua visibilidade internacional). Torna-se diretor artístico, mestre e coreógrafo do Grupo Raízes de Caxias do Sul (RS) que tem em Sigrid Nora a sua diretora administrativa desde a fundação, estreando com a coreografia Raízes ou Retratos de um Álbum da Família de um Imigrante que deu origem ao nome do grupo;
1984 Interpreta Albrecht na transposição de Carlos Trincheiras para o balé Giselle (1941), de Jean Coralli (1779-1854) e Jules Perrot (1810-1892), ao lado de Eleonora Greca. Logo a seguir, interpreta o mesmo papel ao lado da bailarina Lina Lapertosa, através de um convite do Balé do Palácio das Artes (BH). Ao término do ano, recebe o convite de Dalal Achcar, para dançar o papel principal (Colas) em La Fille Mal Gardée – na versão de Sir Frederick
Ashton (1904-1988) para o Royal Ballet – com a primeira bailarina do TMRJ, Ana Botafogo;
1985 Dança, como solista, Pastoral, do coreógrafo português e convidado do Ballet Guaíra, Milko Sparemblek, a partir da sinfonia homônima de Beethoven (1770-1827);
1986 Coreografa Lamento das Lavadeiras; Momentos-Elis e Ana Terra para o Grupo Raízes de Caxias do Sul. Por indicação do Conselho Brasileiro de Dança (CBDD – órgão vinculado à UNESCO), representa o Brasil, no Festival Internacional de Dança, realizado em Osaka ( Japão), atuando ao lado de sua partner, a bailarina Áurea Storti;
1987 Dança como solista em Exultate Jubilate, do coreógrafo português Vasco Wellenkamp, a partir da composição de Mozart (1756-1791). Coreografa Lembranças para o Grupo Raízes de Caxias do Sul. Participa da abertura do V Festival de Dança de Joinville (SC), como convidado do Balé Studio D1, de Curitiba (PR), dançando o II ato do balé La Bayadè re (1977), de Marius Petipa, com a bailarina Ana Botafogo;
1988 Cria Cafezais do Sem Fim; Concerto in Blue e Trem Esperança, para o Grupo Raízes. Recebe do CBDD, uma medalha de honra ao mérito e o Prêmio Marius Petipa, pela sua participação no I Concurso Mundial de Balé e Coreografia, realizado no Rio de Janeiro. Dança a coreografia A Dança da Meia Lua, criada por Rodrigo Pederneiras, com roteiro de Chico Buarque e Edu Lobo;
1989 Coreografa Terragente: homenagem a um povo e Emoções para o Grupo Raízes. Representa o Brasil e é premiado, no Festival Internacional de Dança, em Trujillo (Peru), dançando com sua partner, a bailarina Norma Pinna. Afasta-se da direção artística do Grupo Raízes de Caxias do Sul. Conhece Mauricio de Oliveira e o ouve falar de seu projeto de criação de uma produtora: a Promodança. Dez anos mais tarde, o projeto de Oliveira frutifica e nasce a Cia. Estável Promodança de São Paulo. Jair Moraes torna-se consultor artístico da produtora e da referida companhia, função esta, que mantém até os dias de hoje;
1990 Interpreta o papel do Príncipe Désiré, ao lado da bailarina Regina Kotaka, em Bodas da Princesa Aurora – III Ato da Bela Adormecida, com a Orquestra Sinfônica do Paraná, remontado pela maîtresse (mestra) e coreógrafa, Tatiana Leskova. Integra, também, o elenco de bailarinos solistas que atuam na obra Treze Gestos de Um Corpo da coreógrafa portuguesa Olga Roriz remontado para o Ballet Teatro Guaíra (BTG);
1992 Ê convidado por Beth Dorça para atuar como professor e coreógrafo em sua academia na cidade de Uberaba (MG);
1994 Assume a direção do BTG, após a morte de Carlos Trincheiras. Em uma homenagem a Trincheiras, recria, para a companhia, Canções, baseada em cinco canções de Gustav Mahler (1860-1911). Esta obra, obteve o prêmio de melhor coreografi a no Festival Nacional de Dança em Joinville, com o Grupo Experimental da Casa da Cultura de Joinville;
1996 Convida a coreógrafa de renome internacional, Márcia Haydée para criar a obra Coppelius, o Mago e o coreógrafo Tindaro Silvano para criar Viva Rossini, para o BTG, ambas com participação da Orquestra Sinfônica do Paraná;
1997 Afasta-se da direção do BTG;
1999 Torna-se professor adjunto do BTG, sob a direção artística de Suzana Braga (1949-2014), ministrando, ao elenco, aulas de dança clássica;
2001 Recebe homenagem especial na Noite de Gala do 19° Festival de Dança de Joinville (SC), onde atua no balé Treze Gestos de um Corpo (Olga Roriz), ao lado de doze partners com as quais dançou ao longo de sua carreira: Eleonora Greca, Regina Kotaka, Vânia Kesikowsky, Denise Siqueira (Curitiba); Bettina Dalcanalle, Áurea Hammerli e Norma Pinna (Rio de Janeiro); Mônica Mion, Ivonice Satie e Mara Mesquita (São Paulo); Karla Couto e Lina Lapertosa (Belo Horizonte). Ê convidado para ministrar aulas de dança clássica e variações clássicas para a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil (SC), dirigida nesta época, por Jô Braska Negrão;
2002 Atua em O Grande Circo Místico, com coreografi a adaptada por Luis Arrieta, para o BTG. Nesta versão comemorativa dos vinte anos da obra, Jair Moraes e Eleonora Greca fazem uma participação especial, recordando sua atuação na obra original de Trincheiras. Recebe o troféu Personalidade da Dança – numa homenagem especial de Jô Braska Negrão e da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil;
2003 Nasce o Projeto Dança Masculina Jair Moraes que apresenta ao público seu primeiro trabalho: Pequeno Teatro do Mundo;
2004 A convite de Nitis Jacon, diretora/presidente do Centro Cultural Teatro Guaíra, inicia o ciclo de apresentações e ofi cinas gratuitas de dança, no interior do Paraná – Projeto Paranização. Coreografa mais dois trabalhos: Ofa (Arco e Flecha) e Ritual (homenagem a Iara – deusa dos rios);
2005 Cria para o seu grupo as obras coreográfi cas: Ame, você está vivo; La Valsa e Andarilhos;
2006 Recebe a medalha da ordem Barão de Cerro Azul, de honra e mérito cultural, numa homenagem do Clube Curitibano. Cria, para o seu grupo, a obra Ecos de uma Civilização;
2007 A Cia. de Dança Masculina Jair Moraes é ofi cialmente registrada com esta denominação e adquire sede na dependências do Teatro Guaíra. Para marcar a ocasião, Moraes cria uma versão coreográfi ca de Carmina Burana e a obra Concertino;
2008 A companhia é convidada para participar do espetáculo A Viúva Alegre, com o Ballet do Studio D1 (Dora de Paula Soares) ao lado de artistas ilustres: Ana Botafogo e Marcelo Misailidis (TMRJ);
2009 Recebe homenagem especial no 27° Festival de Dança de Joinville, em reconhecimento à sua atuação como bailarino, mestre e coreógrafo, tendo a sua microbiografia publicada em 2010, no livro do III Seminários de Dança (WOSNIAK, Cristiane; TOMAZZONNI, Airton; MARINHO, Nirvana (Orgs.). Algumas perguntas sobre dança e educação. Joinville: Nova Letra, 2010.). A Cia. Dança Masculina Jair Moraes ganha o Prêmio Klauss Vianna, da Funarte, com o espetáculo Corpos, Ação, Movimento & Só, o que possibilita a circulação nacional;
2010 Cria um novo espetáculo para a companhia: Tubo de Ensaio, com obras inéditas de coreógrafos convidados;
2012 Celebra cinquenta anos de carreira artística;
2013 Recria, para a comemoração de dez anos da Cia. de Dança Masculina Jair Moraes, as obras Ecos de uma civilização e Carmina Burana;
2014 Continua atuando como mestre, coreógrafo e diretor da Cia. de Dança Masculina Jair Moraes. Ministra cursos em diversos festivais, mostras e encontros de dança no Brasil.

Bibliografia

“Algumas perguntas sobre dança e educação” In: Seminários de Dança, de Airton Tomazzonni, Cristiane Wosniak e Nirvana Marinho. Joinville: Nova
Letra, 2010.

Videografia

Teaser: www.youtube.com/watch?v=gyStg9ULQZc
Cia. de Dança Masculina Jair Moraes “O Mundo Mágico do Circo”:
www.youtube.com/watch?v=9X2yInc3Z4E
TV UP / UP NOTÍCIAS - Entrevista com o Bailarino Jair Moraes
(16/08/2012): www.youtube.com/watch?v=32n14wo9qNM"
X