Dança em Rede

Hugo Travers

  • Categoria: Profissionais da dança
  • País de origem: Argentina
  • Atividade: Bailarino
  • Atividade: Maître
  • Data de nascimento: 27/01/1932

Histórico

Hugo Travers nasceu em Buenos Aires, no dia 27 de janeiro de 1932. Inspirado por astros de cinema como Fred Astaire (1899-1987) e Gene Kelly (1912-1996), se interessa pela dança. Aos 15 anos, ouve no rádio o anúncio de uma audição na escola do Instituto Superior de Arte del Teatro Colón, em Buenos Aires, porém sua mãe impede a viagem.

Em 1949, é selecionado para o serviço militar no Exército argentino e, enquanto aguarda para se presentar, vai trabalhar na livraria de uma tia. Nesse período, inscreve-se na escola de Michel Borowski e, tardiamente, inicia os estudos de dança, ainda escondido dos pais.

Em 1952, é chamado para se apresentar para o serviço militar na Patagônia, em Colonia Sarmiento, sendo obrigado a interromper os estudos de dança por três meses. Retorna para Buenos Aires e volta às aulas em um estúdio no (hoje extinto) Teatro Marconi, onde, paralelamente ao restante do serviço militar, faz aulas de balé clássico com Roberto Arana. Ingressa no Ballet Folclórico Nacional Argentino de Santiago Ayala El Chúcaro para aprender esse tipo de dança, permanecendo durante sete anos e vindo a tornar-se primeiro-bailarino.

Passa uma temporada no Ballet Nacional de Cuba (BNC), em 1959, e é convidado por Alicia Alonso para assumir o lugar de um bailarino no terceiro ato de O Lago dos Cisnes, de Marius Petipa (1818-1910) e Lev Ivanov (1834-1901), no trecho Czardas, que dança ao lado de Laura Alonso. Permanece na companhia por três anos.

Em 1961, parte para a Alemanha, onde faz aulas no Balé da Ópera de Berlim, por dois meses, e é logo contratado pelo Ballet de Stuttgart, sob a direção de John Cranko (1927-1973). Ali dança com Marcia Haydée, Richard Cragun (1944-2012), Georgina Parkinson (1938-2009), Rosella Hightower (1920-2008), Nadia Nerina (1927-2008), Erik Bruhn (1928-1986), Margot Fonteyn (1919-1991), Rudolf Nureyev (1938-1993), Kenneth MacMillan (1929-1992) e Peter Wright.

Ao sair do Ballet de Stuttgart, em 1964, forma com os bailarinos Luis Gromas e Annemarie Hoth o trio Los Gromas. Viajam em turnê pela Bélgica, Suécia, Holanda, Dinamarca, Itália e outras partes da Europa até o Oriente Médio e Ásia Central, em países como a Jordânia, Líbano, Iraque, Irã e Afeganistão.

Em 1967, é contratado para trabalhar na Televisão Nacional Iraniana com o Pars National Ballet, como coreógrafo, bailarino e professor e permanece no Irã durante quatro anos.

Volta à Argentina, em 1971, e integra o Ballet Contemporáneo de la Ciudad de Buenos Aires, antigo Ballet de Oscar Araiz, onde permanece por mais quatro anos.

Sua carreira no Brasil tem início em 1975, onde ao lado de Isabel Costa e Paulo e Rodrigo Pederneiras, funda o Grupo Corpo, em Belo Horizonte. Permanece no grupo por sete anos, atuando como bailarino, professor, ensaiador, assistente de coreografia e técnico de luz.

Em 1980, é convidado por Antonio Carlos Cardoso para ser assistente de coreografia, professor e bailarino no Corpo de Baile Municipal, atual Balé da Cidade de São Paulo, na gestão de Luis Arrieta e Ivonice Satie.

Teve uma passagem pelo Rio de Janeiro, em 1985, no Theatro Municipal, onde atuou como professor e assistente. Em 1988, retorna para Belo Horizonte, onde dirige a nova companhia de dança do Palácio das Artes.

Volta ao Balé da Cidade, em 1989, como diretor artístico assistente e permanece até 1999. Participa de diversos festivais como jurado, no Festival de Dança de Joinville e Grand Prix Dança.
Em 2000, atua como coordenador e supervisor cenotécnico do Theatro Municipal de São Paulo. No ano seguinte, é convidado por Mônica Mion, então diretora do Balé da Cidade, para o cargo de maître de ballet, que ocupa até o final de 2007. Em 2008, passa a cuidar do acervo da companhia, deixando o local em dezembro de 2012.

Trabalhos

CRONOLOGIA

1932 Em 27 de janeiro, em Buenos Aires, nasce Hugo Andrés Patiño, conhecido artisticamente como Hugo Travers, filho de Isabel Vicenta Travers (1897-1989) e Modesto Adán Patiño (1885-1976);
1935 Muda-se com a família para Quilmes, na Grande Buenos Aires;
1940 Com oito anos, é levado pela mãe para assistir a apresentações de marionetes da companhia Piccoli di Podreca e a apresentações do Circo Sarrazani;
1947 Inspirado por astros do cinema como Fred Astaire (1899-1987) e Gene Kelly (1912-1996), se interessa pela dança. Ouve no rádio o anúncio de uma audição na escola do Instituto Superior de Arte del Teatro Colón, em Buenos Aires. A mãe impede a viagem;
1949 Ê selecionado para o serviço militar no Exército argentino e, enquanto aguarda para se presentar, muda-se para Buenos Aires, indo trabalhar na livraria de uma tia. Nesse período, inscreve-se na escola de Michel Borowski e, tardiamente, inicia os estudos de dança, ainda escondido dos pais;
1952 Ê chamado para se apresentar para o serviço militar na Patagônia, em Colonia Sarmiento, sendo obrigado a interromper os estudos de dança por três meses. Retorna para Buenos Aires e volta às aulas em um estúdio no (hoje extinto) Teatro Marconi, onde, paralelamente ao restante do serviço militar, faz aulas de balé clássico com Roberto Arana. Ingressa no Ballet Folclórico Nacional Argentino de Santiago Ayala El Chúcaro para aprender esse tipo
de dança, permanecendo durante sete anos e vindo a tornar-se primeiro-bailarino;
1959 Durante uma temporada do Ballet Nacional de Cuba (BNC) em Buenos Aires, é convidado por Alicia Alonso para assumir o lugar de um bailarino no terceiro ato de O Lago dos Cisnes, de Marius Petipa (1818-1910) e Lev Ivanov (1834-1901), no trecho Czardas, que dança ao lado de Laura Alonso. Permanece no BNC por três anos e dança na América Latina, União Soviética e Extremo Oriente obras como Coppélia, versão de Leon Fokine (1905-1973); Giselle, de Adolph Adam (1803-1856); Despertar, de Enrique Martínez (1926-
1998); Un Concierto en Blanco y Negro, de José Pares; e Capriccio Espagnol, de Léonide Massine (1896-1979);
1961 Faz aulas no Balé da Ópera de Berlim, na Alemanha Ocidental, por dois meses e é logo contratado pelo Ballet de Stuttgart, sob a direção de John Cranko (1927-1973). Ali dança com Marcia Haydée, Richard Cragun (1944-2012), Georgina Parkinson (1938-2009), Rosella Hightower (1920-2008), Nadia Nerina (1927-2008), Erik Bruhn (1928-1986), Margot Fonteyn (1919-1991), Rudolf Nureyev (1938-1993), Kenneth MacMillan (1929-1992) e Peter Wright. Dança Ballettabend, de Cranko;
1962 Dança Romeu e Julieta, Coppélia, Antígona e Lago dos Cisnes, todas coreografias de Cranko;
1964 Sai do Ballet de Stuttgart e forma com os bailarinos Luis Gromas e Annemarie Hoth o trio Los Gromas. Viajam em turnê pela Bélgica, Suécia, Holanda, Dinamarca, Itália e outras partes da Europa até o Oriente Médio e Ásia Central, em países como a Jordânia, Líbano, Iraque, Irã e Afeganistão;
1967 Ê contratado para trabalhar na Televisão Nacional Iraniana com o Pars National Ballet, como coreógrafo, bailarino e professor. Permanece no Irã durante quatro anos;
1970 De volta à Europa faz audição para professor na escola de Ivo Cramér (1921-2009), em Estocolmo;
1971 Regressa à Argentina para ver o pai e integra o Ballet Contemporáneo de la Ciudad de Buenos Aires, antigo Ballet de Oscar Araiz. Permanece no grupo durante quatro anos;
1974 Vem ao Brasil para participar do Festival de Inverno de Ouro Preto. Ao lado de Norma Binaghi e Cristina Barnils, estreia o balé Cenas de Família, de Oscar Araiz, no Teatro Odeón, em Buenos Aires;
1975 Ao lado de Isabel Costa e Paulo e Rodrigo Pederneiras, funda o Grupo Corpo, em Belo Horizonte. Permanece no Grupo por sete anos, atuando como bailarino, professor, ensaiador, assistente de coreografia e técnico de luz;
1976 Em Maria Maria, de Oscar Araiz e Fernando Brandt, com música de Milton Nascimento, atua como assistente, professor e bailarino, interpretando um deus africano;
1980 O Grupo Corpo estreia Último Trem, de Oscar Araiz e Fernando Brandt, com música de Milton Nascimento, repetindo a parceria de Maria Maria. Travers interpreta os personagens Joaquim e um dos representantes da autoridade, além de atuar como assistente de coreografia. Ê convidado por Antonio Carlos Cardoso para ser assistente de coreografia, professor e bailarino no Corpo de Baile Municipal, hoje BCSP, na gestão de Luis Arrieta e
Ivonice Satie;
1981 Nesse período, trabalha com coreógrafos como Victor Navarro, Luis Arrieta, Sônia Mota, Lia Robatto, Susana Yamauchi, Mara Borba e outros;
1982 No BCSP é assistente de coreografia de Lia Robatto em Bolero. Além disso, integra como convidado especial o elenco do Grupo Experimental do Theatro Municipal, ao lado de Ismael Ivo e Susana Yamauchi. Permanece como assistente no BCSP até 1985;
1985 Contratado pela Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj), ingressa na equipe técnica do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro como professor e assistente em balés de Oscar Araiz, Peter Wright, Rodrigo Pederneiras, Fernando Bujones (1955-2005), Enrique Martínez e George Balanchine (1904-1983). Dança os balés O Quebra–Nozes,
como Herr Drosselmeyer, e Dom Quixote, no papel-título, em versões de Dalal Aschar;
1988 Em Belo Horizonte, dirige a nova companhia de dança do Palácio das Artes, que apresentava um repertório contemporâneo de coreógrafos nacionais e estrangeiros. Nesse ano, trabalha como assistente de coreografia nas obras Tudo Bem, Meu Bem, de Sônia Mota; Trindade, de Luis Arrieta; e Karadá, de Susana Yamauchi; e assina a remontagem de Tango Concierto, de Julio López. Ê convidado pelo grupo Nós da Dança para ministrar aulas de
técnica clássica;
1989 Retorna ao Balé da Cidade de São Paulo como diretor artístico assistente. Permanece no BCSP até julho de 1999;
1992 Ê convidado para participar do Festival de Dança de Joinville como professor e jurado;
1994 Ao lado de Ana Botafogo, estrela Dom Quixote, de Petipa, no Theatro Municipal de São Paulo; o balé é remontado pela Cisne Negro Cia. de Dança, e Travers interpreta o papeltítulo.
Ê novamente convidado a compor o júri do Festival de Dança de Joinville;
1995 Naturaliza-se brasileiro;
1996 Integra o júri do Grand Prix Brasil Dança, evento organizado pela Promodança de São Paulo;
1999 Participa do Mapa Cultural Paulista – Dança, pela Secretaria do Estado da Cultura de São Paulo. Ê convidado para ser jurado do Prêmio Multicultural Estadão, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo;
2000 Ê coordenador e supervisor cenotécnico do Theatro Municipal de São Paulo. Lá, atua também como diretor artístico do Ballet Solistas do Theatro Municipal de São Paulo, para o qual remonta trechos de O Quebra-Nozes, O Corsário, Don Quixote, Lago dos Cisnes, Paquita e A Bela Adormecida, de Petipa; Chamas de Paris, de Vasili Vainoven (1901-1964); Les Sylphides, de
Michel Fokine (1880-1942); e Diana e Actéon, de Agrippina Vaganova (1879-1951);
2001 Ê convidado por Mônica Mion, então diretora do BCSP, para o cargo de maître de ballet, que ocupa até o fim de 2007;
2008 Passa a cuidar do acervo do Balé da Cidade de São Paulo. Atua nessa função até dezembro de 2012;
2009 Ê homenageado em Buenos Aires como antigo primeiro-bailarino do Ballet Folclórico Nacional Argentino;
2011 Ê homenageado no 50º aniversário do Ballet Stuttgart, na Alemanha;
2012 Afastou-se do Balé da Cidade de São Paulo.
X