Dança em Rede

Marcelo Gomes

  • Categoria: Profissionais da dança
  • País de origem: Brasil
  • UF de origem: AM
  • Cidade de origem: Manaus
  • Atividade: Coreógrafo
  • Atividade: Primeiro-bailarino
  • Data de nascimento: 26/09/1979

Histórico

Aos cinco anos, Marcelo Gomes se mudou com a família de Manaus para o Rio de Janeiro. Nessa época, ele já costumava dançar dentro de casa e fazer apresentações em festas promovidas pelos pais. Certa vez, foi buscar a irmã em seus exercícios de ginástica e acabou entrando em uma aula que misturava jazz, teatro musical e expressão corporal ministrada por Maria Lucia Priolli. Naquele dia, chegou em casa dizendo que gostaria de voltar para lá. Assim, com apoio dos pais, Marcelo deu seus primeiros passos na dança.

Aos sete anos, foi descoberto por Helena Lobato, ex-bailarina do Theatro Municipal, que lhe propôs fazer aulas de balé. Desafio aceito, ele passou a frequentar a casa da professora, onde assistia aos mais diversos vídeos de dança. Assim nascia a paixão do menino pelo clássico. Tempos depois, Marcelo passou a estudar no Ballet Dalal Achcar, onde teve aulas com Alain Leroy, entre outros professores.

Em 1993, dançou no Festival de Dança de Joinville, onde foi premiado como bailarino revelação. No mesmo ano, Marina Dias - a partner com quem ele havia dividido o palco no evento - enviou para o Harid Conservatory uma gravação dos dois dançando com o objetivo de pleitear uma bolsa de estudos. O conselho do instituto se interessou não apenas por ela, mas também por Marcelo, e ambos foram aceitos na escola americana, localizada na Flórida.

O bailarino tinha apenas 13 anos quando se mudou para lá, sozinho, sem saber uma palavra de inglês. Além da grade intensiva de aulas, ele também precisava fazer tarefas domésticas, como tirar lixo, lavar louça e dobrar os lençóis da cama. A bolsa tinha duração de 12 meses, mas ele acabou permanecendo na escola por três anos.
Em 1996, o Harid Conservatory resolveu enviá-lo, então com 16 anos, para participar do Prix de Lausanne, de onde saiu com o Prix Espoir (prêmio esperança, em português), que lhe rendeu uma bolsa para estudar no Royal Ballet, no Stuttgart Ballet ou no Ballet da Ópera de Paris. Marcelo escolheu a terceira opção e, logo em seguida, voltou ao Rio para passar férias.

Na época, o American Ballet Theatre (ABT) cumpria temporada no Theatro Municipal carioca. Ao saber que o grupo precisava de extras para apresentações de La Bayadè re", ele logo se candidatou e foi escolhido. No último dia de trabalho, pediu e conseguiu fazer uma aula com os profissionais. Convidado a repetir a dose no dia seguinte, teve como plateia Kevin McKenzie, diretor artístico da companhia, que ofereceu um contrato para ele logo em seguida.

A euforia com a proposta foi contida pelos pais do bailarino, que o reencaminharam para o plano original de passar um ano na Ópera de Paris. Ao fim da bolsa, ele telefonou para o ABT e se colocou à disposição do grupo. O contrato ainda estava de pé.

Assim, em agosto de 1997, Marcelo ingressou para o Corpo de Baile da companhia americana. Com seis meses de trabalho, ele já se alternava entre o trabalho no conjunto e papéis de destaque. Os três primeiros anos seguiram nessa toada até ele ser promovido a solista, em 2000. Dois anos depois, chegou, enfim, ao posto de primeiro-bailarino.

Inclinado às coreografias de viés mais dramático, Marcelo tem "Giselle" (1841), de Jules Perrot e Jean Corelli, "A Dama das Camélias" (1978), de John Neumeier, "Manon" (1974), de Kenneth MacMillan, e "Othello" (1998), de Lar Lubovitch, como seus balés preferidos.

Ao dançar a criação original "C. to C.", de Jorma Elo, em 2007, ele recebeu uma indicação para o prêmio Benois de la Danse, dividido no ano seguinte, em Moscou, com o cubano Carlos Acosta, então primeiro-bailarino do Royal Ballet.

Em 2010, começou a experimentar o ofício de coreógrafo em um workshop promovido pela própria companhia. De lá para cá, criou peças para o segmento de encerramento do espetáculo "Kings of the Dance" (2011) e vem elaborando solos e duos para ele e os companheiros de ABT, como "Paganini" (2011), "Toccare" (2012) e "Piè ce d'Occasion" (2013).

Além de dançar como convidado de grupos como o Royal Ballet, o Ballet Bolshoi e o Ballet do Teatro Mariinski, Marcelo tem forte trânsito com a dança brasileira, tendo já apresentado ao lado da Cisne Negro Cia. de Dança e da São Paulo Companhia de Dança, entre outras companhias. "

Trabalhos

- KOa'd" (2011)

- "Paganini" (2011)

- "Toccare" (2012)

- "Piè ce da'Occasion" (2013)
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