Dança em Rede
COLETIVO MÚLTIPLOS DE DANÇA INCLUSIVA
- Categoria: Grupos de dança
- País de origem: Brasil
- UF de origem: RS
- Cidade de origem: Porto Alegre
- Tipo de Escola: publica
- Atividade: Artista
- Ano de criação: 2021
Histórico
O Coletivo Múltiplos traz à vida histórias de resiliência e união através da dança. Formado em 2021 por pessoas com e sem deficiência tem como diretriz que todo corpo é dançante. O coletivo teve sua origem no Projeto de Extensão da UFRGS, ministrado pela professora Carla Vendramim (in memorian) com o nome Diversos Corpos Dançantes (2014-2020). Neste espaço trabalha-se com improvisação em dança e composição coreográfica, desenvolvendo uma poética da integração entre diversos corpos, seus movimentos e experiências, sob uma perspectiva contemporânea, com ênfase em mostrar que todos os corpos dançam e que artistas PCD ocupam palcos e espaços artísticos.
De acordo com a ampla possibilidade de trabalhar com a diversidade de corpos, a improvisação é um recurso importante que proporciona o acesso a dança. A improvisação é um recurso que concebe a base do trabalho do Múltiplos. A partir dela a dança a as composições acontecem, segundo as palavras da professora Carla, se desenrolando através de três focos: (a) atenção sobre o corpo; (b) relação com o outro; (c) atenção sobre o espaço, as relações “entre” (conexões e dinâmicas que acontecem entre grupo/corpo/espaço). A inter-relação com o ambiente e entre corpos, a mudança dos focos interno e externo através da atenção à percepção, leva a investigação da sinergia entre os participantes, propiciando que encontrem novas relações sobre o corpo e descobrindo movimento juntos, criando um processo artístico singular ao grupo. O trabalho a partir dos três focos permite que os participantes potencializem individualmente o conhecimento sobre seu próprio corpo, que observem e compreendam as relações com tempo e espaço, bem como as relações interpessoais para a criação da improvisação em dança, e que se apropriem criativamente do seu desenvolvimento pessoal e em grupo.
O momento inicial da aula convida a aquecer os sentidos e, assim, não apenas preparar o corpo para se mover, mas também estar atento a sensação cinestésica, a localização e relação do seu corpo com o espaço da sala, a observação através do olhar, a sensação tátil e de pressões sobre o corpo, etc. Forma-se assim, um grande círculo onde cada integrante propõe um movimento de aquecimento. Isso faz com que todos tenham um papel de proponente já no início do encontro e também é uma forma de contemplar toda a diversidade existente no grupo. Após essa introdução, são feitas propostas de facilitação da improvisação, a partir de conteúdos variados. Esses conteúdos podem se constituir com perguntas, tarefas ou imagens, por exemplo, a partir dos padrões filogenéticos do Body Mind Centering® como vibração, pulsação, etc (COHEN, 2012). As proposições são feitas de modo que os participantes entrem em contato com as possibilidades singulares do seu corpo e conheçam o corpo do outro, sempre ampliando para o espaço e a observação das relações envolvidas. Nessas atividades, os participantes são estimulados a observar a sua ação individual e como seu corpo afeta o corpo do outro. Eles também são estimulados a perceber como acontecem as dinâmicas de movimento e relacionamento entre eles, que são construídos coletivamente na sua relação de tempo. Os participantes são lembrados de usar por vezes mais o foco interno (das sensações internas do seu corpo) ou mais o foco externo (o olhar para o espaço, a interação com o outro e a observação das dinâmicas que o grupo constrói juntos). Dançar também é observar. Por vezes se destaca a importância de observar as relações de movimento que criam enquanto dançam. Após experimentarem uma proposição, são divididos em pequenos grupos, duos ou trios que apresentam suas investigações dançantes. Além desse momento de trabalho em grupo, existem outros no decorrer da aula em que se observam especificidades que são colocadas em discussão. Na prática do grupo emergem assuntos sobre a corporeidade dos indivíduos e a sinergia da dança que estamos construindo juntos.
O processo enfatiza um trabalho cuja relação singularidade/coletividade se dá no reconhecimento do grupo como sendo de habilidades mistas.
No ano de 2024, o coletivo recebeu o prêmio Destaque Açorianos pelo trabalho de dança desempenhado na cidade de Porto Alegre.
Atualmente o coletivo realiza encontros semanais na Casa de Cultura Mário Quintana para ensaio e vivências dançantes. Elenco: Adronilda Santos da Conceição, Aramis Prado Albuquerque, Caroline Tasso de Arruda, Cleonice Terezinha Conceição Ferreira,Denise Brose,Eleonora Prado, Eva Eliane da Cunha Lopes, Flavia do Canto, Franciele Cardoso da Rocha, Gisele Souza, Gustavo Pinós, Inês Oliver Sil, Julia Favero, Katie Baldigen Niedermeier, Miriam Baldigen Niedermeier, Rosani Favero, Vera Coronel e Tatiana Lima Pinheiro.
Bibliografia
https://www.researchgate.net/publication/313806674_Diversos_Corpos_Dancantes_Uma_Proposta_de_Improvisacao_e_Danca_na_Comunidade
Links
https://www.instagram.com/coletivo.danca.multiplos?igsh=MXd3NTNmbXE0MHhjbQ==