Dança em Rede

As Danças brasileiras fazem parte de inúmeras manifestações culturais do nosso país. Cada manifestação tem um universo singular com seus cantos, movimentos, instrumentos, indumentárias, histórias e poesias. Ainda que identifiquemos o mesmo nome de uma dança em regiões distintas, é possível que cada lugar tenha suas particularidades e seja executada numa configuração diferente.

Podemos constatar esse fato, por exemplo com o Coco, que se desenvolve de forma díspar no Nordeste, seja a dança, canto ou instrumento. E o samba? suas variações estão presentes em todo o país (samba enredo, samba de pareia, samba lenço, samba de roda, samba de bumbo, pagode etc.). Nós, brasileiros(as), precisamos resgatar os laços culturais. Há dança em todos os cantos do Brasil: Carimbó no Norte, Caboclinhos no Nordeste, no Sul a Chula, no Sudeste o jongo.

É no encantamento e coletividade que essas riquezas nos convidam para entrar na “roda”, chamando nossa atenção para olhar para o outro, reconhecer-se, estar, dançar, unir-se ao e com o outro. E é nesse acolhimento que encontramos outras maneiras de ser e de se relacionar.

Conhecer, reconhecer, conectar e respeitar as manifestações culturais tradicionais folclóricas populares do Brasil faz-se urgente. Valorizar o legado das matrizes indígenas e africanas é imprescindível, visto que essas duas raízes são ainda marginalizadas, pré-julgadas, desprezadas, excluídas em muitas estruturas sociais.

Vale ressaltar a importância das conexões de respeito e valorização que os grupos estabelecem com os mestres e mestras que mantém essas tradições. Falar da fonte de pesquisa e dar retorno é crucial. Como dizia meu mestre, Pedro Peu: “não importa para onde você vá, não esqueça suas raízes”.