Dança em Rede

Lia Robatto

  • Categoria: Profissionais da dança
  • País de origem: Brasil
  • UF de origem: SP
  • Cidade de origem: São Paulo
  • Atividade: Bailarina
  • Atividade: Coreógrafa

Histórico

Lia de Carvalho Robatto nasceu em 1940, na cidade de São Paulo. Começou a tomar aulas de dança na Escola Municipal de Bailados, em 1949. No ano seguinte, teve como mestra Halina Biernacka (1914-2005) e, em 1952, iniciou sua formação em dança moderna com Yanka Rudzka (1916-2008), no recém-criado Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Em 1954, passou a fazer aulas com Maria Duschenes de técnica de Laban e no mesmo ano integrou o Conjunto de Dança Contemporânea, de Yanka, onde, dois anos depois, passou a atuar como solista. Em 1957, foi convidada por ela a atuar como assistente de ensino na implantação da primeira escola de dança de nível superior no Brasil, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador.
Com a saída de Yanka da universidade, em 1959, Lia e Norma Ribeiro assumiram as turmas da Escola de Dança da UFBA. Mais adiante, assumiu também as funções de assistente, figurinista e de produção executiva nas obras feitas para o grupo de Dança Contemporânea.

Atuou como professora e bailarina da Escola e do Conjunto de Dança Contemporânea da UFBA, sob direção de Rolf Gelewski (1930-1988). Em 1961, participou da implantação das atividades de dança no Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep), criado pelo educador Anísio Teixeira, ligado ao Ministério de Educação, em Salvador. Obteve sua graduação como dançarina profissional na Escola de Dança, na UFBA e no mesmo ano, casou-se com Sílvio Robatto (1935-2008).

Lia ajudou ainda a implantar o Curso de Dança da Escola Parque, Centro Regional do Inep. Obteve o diploma de dançarina no Curso de Dançarino, Escola de Dança da UFBA, em 1962 e no ano seguinte, obteve o diploma de professora no Curso de Magistério Superior em Dança, também pela Escola de Dança na UFBA.

Em 1965, criou a Escola de Iniciação Artística e, também, o Grupo Experimental de Dança (GED), onde atuou como diretora artística e geral, roteirista, coreógrafa e, até 1976, como dançarina. Ministrou o curso de extensão universitária de Sensorialização e Percepção, na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP).

Participou, em 1972, da implantação do curso de Expressão Corporal na Escola Técnica Federal, de Salvador. Em 1974, chefiou o Departamento de Teatro da Escola de Música e Artes Cênicas da UFBA. No ano seguinte, recebe bolsa viagem para os Estados Unidos, a convite do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América. Integrou as comissões para elaboração de currículo mínimo nacional para os cursos de Bacharelado em Artes Cênicas e de Licenciatura em Educação Artística.

Aposentou-se pela UFBA, em 1981, como professora adjunta. Em 1983, assumiu o Departamento de Artes Cênicas da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb). No ano seguinte, participou da implantação da Escola de Dança da Fundação Cultural do Estado da Bahia. Integrou a equipe do Balé Teatro Castro Alves como diretora e coreógrafa.

Em 1988, Lia colaborou na implantação do curso profissionalizante de dança na Funceb. Em 1989, foi contemplada com a Bolsa Vitae de Artes, de São Paulo, com o projeto de pesquisa “Processo de Criação Coreográfica”. Coordenou o curso profissionalizante de Dança da Funceb.

Ministrou aulas na especialização em arte-educação no curso de pós-graduação no Instituto Anísio Teixeira Bahia, em 1997 e em 1998, estruturou e implantou a Usina Dança e a Unidade de Dança e Capoeira do Projeto Axé.

Em 1999, atuou como assessora do Instituto Cultural Via Magia e como curadora de dança do Mercado Cultural. Em 2000, tornou-se membro titular do Conselho Estadual de Cultura da Bahia, cargo que ocupa até os dias de hoje.
Escreveu e publicou, em 2001, em coautoria com Lúcia Mascarenhas, o livro Passos da Dança – Bahia.

Em 2003, integra a comissão executiva do programa Lei Incentivo Cultural Faz Cultura. Atuou como diretora artística do Projeto Axé, Centro de Defesa e Apoio à Criança e ao Adolescente.

Atualmente, é membro do Conselho da Fundação Balé Folclórico da Bahia (desde 1998). Seu livro A Dança como Via Privilegiada da Educação, será lançado pela Editora da UFBA EDUFBA até o final do ano.

Trabalhos

1957 No Conjunto de Dança Contemporânea, então Universidade da Bahia, dança Candomblé, Águas de Oxalá, Ex-Votos, Pássaros, Lirismo, de Yanka.

1967 Cria, dirige e roteiriza o espetáculo Os Sertões, para o Grupo Experimental de Dança (GED), no Teatro Castro Alves, Bahia. O mesmo espetáculo é apresentado no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro e no TUCA em São Paulo.

1968 Para o GED cria, dirige e roteiriza os seguintes espetáculos: O Barroco II e O Boi Espaço, que tem apresentação no Theatro Municipal de São Paulo. Recebe o prêmio Troféu Anchieta do SESC São Paulo pela coreografia O Boi Espaço.

1970 Cria, dirige e roteiriza Morte, Paixão e Vida, apresentado nas escadarias externas do Teatro Castro Alves. Posteriormente é apresentado no Teatro Bela Vista, São Paulo.

1971 Coreografa, para um elenco de atores convidados, Amar Amargo, que tem direção de Deolindo Checcucci. Realiza a direção coreográfica de Interarte I, apresentada pelo GED no Instituto Goethe, São Paulo.

1972 Integra como atriz a peça Quincas Berro d’Água, dirigida por João Augusto.

1973 Assina a direção coreográfica de Jogo Alto 30.000 Pés, para o GED apresentado na XII Bienal de São Paulo como obra selecionada.

1976 Cria Vertigem do Sagrado, para o GED. O espetáculo é montado, e apresentado, em vários espaços arquitetônicos do Museu de Arte Moderna – Solar do Unhão, BA.

1977 Realiza a direção coreográfica de Mo(Vi)Mentaliz(Ação), recebendo por ela o prêmio de Menção Honrosa do I Concurso de Dança Nacional Contemporânea, e a direção geral de Ao Pé do Caboclo I, uma criação coletiva dos alunos da Escola de Dança da UFBA. O GED é incorporado à UFBA. Recebe o prêmio Martim Gonçalves de melhor espetáculo, melhor direção (Lia Robatto), melhor figurino (Pedro Karr) e melhor direção musical (Fernando Cerqueira) pelo espetáculo Vertigem do Sagrado.

1978 Cria o espetáculo Mobilização. Cria Viravolta, apresentado no Maria Fumaça Disco Club e Ao Pé do Caboclo II, este último sendo apresentado na Bienal de São Paulo, no Ibirapuera. Recebe o Prêmio Martim Gonçalves pelos espetáculos Mobilização e Ao Pé do Caboclo II, ambos como Prêmio Especial do Júri.

1979 Cria os espetáculos Sina, Dona Cláudia e Dança Em Processo, todos apresentados pelo GED, UFBA.

1980 Cria M’boiuna, com o GED da UFBA, espetáculo que é apresentado em Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro.

1981 Dirige Salomé e Caminho, sendo este último apresentado no Teatro Cultura Artística, em São Paulo. Coreografa a música para o espetáculo Lux Aeterna, de Anton Walter Smetak (1913-1984). Cria Com-Tacto, para a estreia da Companhia do Balé Teatro Castro Alves.

1982 Cria Bolero, para o Balé da Cidade de São Paulo, recebendo da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) o prêmio de melhor espetáculo de dança e melhor coreografia.

1984 Para o Balé Teatro Castro Alves, cria e dirige Boi no Telhado e Criação do Mundo e remonta Sertania. Ê homenageada com a comenda do Estado da Bahia da Ordem de Cavaleiro.

1987 Cria O Universo Imaginário de Villa-Lobos, para o GED, com estreia no Teatro Castro Alves.

1993 Cria o espetáculo Sinfonia de Salvador com participação de vários grupos da Bahia. Cria e dirige Enlaço, para o Grupo de Câmera Art’Dança. Ganha o edital para a montagem do espetáculo Choque Eletrônico, do qual participa com a concepção, coreografia e direção, para o Grupo de Dança Salto.

1994 Publica Dança em Processo, A Linguagem do Indizível, como resultado do prêmio de Apoio à Pesquisa, da Bolsa Vitae de Artes.

1995 Ganha o edital de patrocínio de Espetáculos de Dança Profissional FUNCEB para o Espetáculo Matavirgismo.

E outros.






















Bibliografia

Dança em Processo – a linguagem do indizível, de Lia Robatto | Centro Editorial e Didático da UFBA, Bahia, 1994

Passos da Dança - Bahia, de Lia Robatto e Lúcia Mascarenhas | Casa de Palavras Memória, Bahia, 2002

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