Dança em Rede

Décio Otero

  • Categoria: Profissionais da dança
  • País de origem: Brasil
  • UF de origem: MG
  • Cidade de origem: Ubá
  • Atividade: Bailarino
  • Data de nascimento: 17/01/2024

Histórico

Décio Otero nasceu em 15 de julho de 1933, na cidade de Ubá, em Minas Gerais, mas, no ano seguinte muda-se para Belo Horizonte. Em 1948, trabalhando como Office boy, tenta um teste para atuar em um filme, mas não é convocado. Neste ano, passa a frequentar as salas de ensaio do Teatro Mineiro de Arte. Tem seu primeiro contato com a dança no Ballet de Minas Gerais, em 1951, dirigido por Carlos Leite (1914-1955). Em 1954, junta-se a Klauss Vianna (1928-1992) e descobre novas formas de atuação na dança. Otero começa sua busca por uma linguagem voltada à cultura brasileira. Muda-se para o Rio de Janeiro, em 1956, para integrar o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a convite de Tatiana Leskova, onde trabalhou com Maryla Gremo, Eugênia Feodorova (1925-2007), Dalal Achcar e Nina Verchinina (1910-1995). Nesse ano, também conhece a bailarina Marika Gidali. No ano seguinte, torna-se solista. Ê indicado como bailarino revelação por sua atuação no Pas de Deux de Cisne Negro, em 1959. Percorre o Brasil em turnê, dançando Giselle, com Margot Fonteyn (1919-1991) e Michael Somes (1917-1994). Ingressa no Ballet Du Grand Theatre de Genéve, na Suíça, em 1963, a convite de Beatriz Consuêlo, com direção de Serge Golovine (1924-1998) e no ano seguinte torna-se solista da companhia. Ingressa no Ballet da Ópera de Colônia, na Alemanha, em 1966, com direção de Todd Bolender (1914-2006), como solista. No ano seguinte, a convite de Bolender, vai a Frankfurt e torna-se bailarino do Balé da Ópera de Frankfurt. Em 1969 retorna ao Brasil e volta à Minas Gerais. Em 1970, viaja a Curitiba para ministrar cursos de férias no Balé do Teatro Guaíra, onde reencontra Marika Gidali, que o convida para participar do programa Convite à Dança, da TV Cultura. Funda o Ballet Stagium com Marika Gidali, em 1971, ganha o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (Apca), em 1974. No ano seguinte, viaja com o Stagium para os Estados Unidos, dançando por toda costa oeste e chegando a Nova Iorque. Recebe ótimas críticas no The New York Times e na Dance Magazine. Apresenta-se no Festival Internacional de La Danse, em Paris, recebe excelentes críticas e é considerado o mais representativo coreógrafo do Brasil. Em 1976, apresenta-se em toda a América Latina, Itália, Hungria, Espanha, Suíça e Cuba e recebe a Medalha de Mérito Cultural, outorgada pelo Conselho Nacional de Dança, órgão vinculado ao Conselho Internacional de Dançada Unesco. Lança o livro Stagium – As Paixões da Dança, em 1999. Dá início ao Projeto Joaninha, com objetivo de oferecer aos jovens das escolas públicas da periferia de São Paulo a oportunidade de descobrir, por meio da dança, a importância da obtenção de conhecimento, informação e cultura. Em 2000, ganha o prêmio Sócio-Educando, concedido pelo Ilanud e Unicef, por seu trabalho com jovens infratores de todo o País. Em 2001, lança o livro Marika Gidali – Singular e Plural. O Ballet Stagium recebe o prêmio APCA em Percurso em Dança, por ter modificado a história da dança no Brasil. Em 2010, é homenageado pelo Projeto Ocupação Cultural, ao lado de Marika Gidali, como personalidade marcante na vida cultural da cidade de São Paulo. Para saber mais sobre Décio Otero baixe gratuitamente o livreto do projeto Figuras da Dança - Décio Otero no site da São Paulo Companhia de Dança em http://www.saopaulocompanhiadedanca.art.br/folhetos_figuras_da_danca.php  

Trabalhos

1952 Integrando o Ballet de Minas Gerais, apresenta, sob direção de Carlos Leite, seu primeiro papel solo, O Espectro da Rosa (1919), de Michel Fokine (1880-1942), e dança também Folhas de Outono (1919), de Anna
Pavlova (1881-1931).
1953 Assina seu primeiro trabalho, Sonata ao Luar, sob música homônima de Beethoven (1770-1827).
1956 Com Marika Gidali dança Concertos, de Vaslav Veltchek (1896-1967). Otero também dança Pavane Pour Une Infante Defunte (1939), de Veltchek.
1957 Dança Rio Fantasia e Alegria de Viver, sob direção de Watson Machado. Faz seu primeiro filme, Camelô da Rua Larga, sob direção de Euripedes Ramos e Hélio Barroso.
1958 Ingressa nos shows do Teatro de Revista, no Rio de Janeiro, em Viúva Alegre, de Carlos Machado. Na sequência protagoniza Minha Querida Lady e Sambalelê.
1960 Ganha todos os prêmios da crítica do Rio de Janeiro, por sua atuação no balé Yara, coreografia do dinamarquês Harald Lander (1905-1971). Dança O Combate, de William Dollar (1907-1986). Dança Zuimaaluti, de Nina Verchinina, e O Garatuja, de Denis Gray.
1961 Dança o Pas de Deux de Romeu e Julieta com Berta Rosanova na abertura oficial do Primeiro Concurso Internacional de Ballet no Rio de Janeiro.
1964 Torna-se solista do Ballet du Grand Theatre de Genè ve e dança papéis de destaque em La Sonambula, de George Balanchine (1904-1983), Dessins Pour Les Six, de John Taras (1919-2004) e Anabellee e Narciso, de Serge Golovine.
Em 1966 Dança Êtude, de Harald Lander, e O Quebra-Nozes, de Marius Petipa (1818-1910).
1968 Pelo Balé da Ópera de Frankfurt dança Episódios, de André Doutreval, e balés de repertório, como Giselle e Raymonda.
1971 Cria Dessincronias, Orfeu e Eurídice e Impressions;
1972 Cria Diadorim, Entre Linhas e Episódios;
1974 Coreografa Jerusalém, Dois Retratos e D.Maria I, a Rainha Louca.
1975 Coreografa Quebradas do Mundaréu e Prelúdios.
1976 Cria Chamam-te Alma, Bamboleô (em parceria com Marika Gidali), Resquícios e Das Terras de Benvirá.
1977 Cria Kuarup ou a Questão do Índio. O Stagium se apresenta na floresta Amazônica, para os índios, no posto do Alto do Xingu.
1978 Cria Dança das Cabeças.
1979 Coreografa Valsas e Serestas e Coisas do Brasil.
1980 Coreografa Maracatu e A Mi América.
1981 Cria Qualquer Maneira de Amor Vale a Pena.
1982 Coreografa Santa Maria de Iquique, Vida e Mundo em Chamas.
1983 Coreografa O Uirapuru e O Mandarim Maravilhoso.
1984 Cria Missa dos Quilombos.
1985 Cria Modinhas e Crimes.
1986 Coreografa Pantanal e Dança dos Negros.
1987 Cria Céio 137, Alma Brasileira e Quadrilha.
1988 Coreografa Que Saudades, Elis!.
1989 Cria A Floresta do Amazonas, Cenas sem Palavras, Valsas Brasileiras e Rosa.
1990 Cria Sair pro Mar.
1992 Cria Shamain.
1993 Coreografa Luminescências e Choros.
1994 Coreografa Os Sonhos e Paulistânia.
1995 Obtém enorme sucesso com a obra Anjos da Praça e coreografa Carmina Burana.
1996 Cria Tangentemente.
1997 Coreografa Old Melodies.
1998 Otero cria Dance Lá que Eu Danço Cá e remonta O Mandarim Maravilhoso e O Uirapuru.
2000 Cria À Margem dos Trilhos; e cria Pátio dos Milagres.
2002 Coreografa para o Stagium a obra sobre o Armorial e para o Projeto Joaninha Atravessando a Floresta.
2005 Coreografa Stagium dança Chico Buarque.
2007 Cria a coreografia Mané Gostoso.

Bibliografia

Stagium – As Paixões da Dança | Décio Otero | Editora Hucite, 1999

Marika Gidali – Singular e Plural | Décio Otero | Editora Senac, 2001

Documentário Décio Otero – Figuras da Dança | Direção Inês Bogéa e Moira Toledo| São Paulo Companhia de Dança, SP, 2010

 

Videografia

http://www.youtube.com/watch?v=kg6az0z865U

Verbete editado por:

Atualizado (MAIO 2020)