Dança em Rede
Maryla Gremo
- Categoria: Profissionais da dança
- País de origem: Polônia
Histórico
Maryla Gremo nasceu em Lwóv, na Polônia, em outubro de 1911.
Suas primeiras aulas de balé foram ministradas pela mestra italiana Rita Sacchetto (1880-1959), em Berlim. Logo depois, os estudos da menina foram passados para Mary Zimmermann, primeira-bailarina e maître de balllet da Ópera de Berlim. Ela ainda seria aluna de Sasha Leontieve e Heinrich Kroller (1880-1930), coreógrafos das primeiras peças que ela dançou.
Com apenas oito anos, Maryla passou a fazer recitais com solos de dança. Chamou tanta atenção que os ingleses a batizaram de Pocket Pavlova", ou seja, "Pavolva de bolso", numa referência à bailarina russa Anna Pavlova.
Entre 1919 e 1924, se apresentou em Berlim, Londres, Manheim, Munique, Sófia, Praga, Amsterdam, Bélgica, Itália, Stuttgart, Damstadt, Hannover e Viena.
Em 1923, conheceu Mary Wigman (1886-1973), principal referência do expressionismo alemão na dança, e também Rudolf Laban (1879-1958), pai da notação em dança, e passou a experimentar a dança moderna em paralelo ao aperfeiçoamento na técnica clássica com os mestres Alexandra Nikolajeva, Olga Preobajenska (1871-1962), Catarina Devilier, Victor Gsovsky (1902-1974), Eugênia Eduardova (1882-1960) e Enrico Cecchetti.
Em 1930, ela viajou à Argentina como primeira-bailarina do Gérard Ballet, companhia dirigida por Hanns Gérard. Nesse período, chegava a dançar 12 números por dia. Adoentada, desligou-se da companhia e veio ao Brasil a convite da Embaixada da Polônia. Nunca mais retornou.
Considerando o Corpo de Baile da Escola de Danças do Theatro Municipal do Rio ainda com nível muito primário, recusou o convite para integrá-lo, mas, decidida a ficar no país, dedicou-se por quatro anos a estudar tanto dança quanto ciências humanas.
A chegada de Serge Lifar (1905-1986) no Rio para participar de uma temporada no Municipal em 1934 fez Maryla rever a decisão de ficar fora dali. Logo ela entrou para o grupo e interpretou Terpsícore em "As Criaturas de Prometeu". Com isso, se tornou a primeira mulher a ser nomeada primeira-bailarina da companhia, que até então não havia ousado designar ninguém com tal título. Participou ainda em "Dança das Horas", da ópera Gioconda, e "A Paz com Música", de Francisco Braga, ambas com coreografia de Maria Olenewa (1896-1965). Lifar a ensinou ainda o pas-de-deux do segundo ato de "Giselle", que foi dançado por ela pela primeira vez no país.
Em 1936, o Corpo de Baile foi oficializado. Com isso, Maryla dançou novas peças de Olenewa: "Danúbio Azul", de Johann Strauss, "Iracema", de J. Otaviano, e "Divertissements", assim como também"Uirapuru", com coreografia de Ricardo Nemanoff.
Quando se programou partir do Rio para atender a um convite de trabalho com Lifar, em 1939, a Segunda Guerra Mundial foi deflagrada, forçando sua permanência no Brasil. Nesse período, já havia iniciado a carreira de coreógrafa, criando sequências para "Gioconda", "Manon" e "Thaís", de Massenet, "Aida", de Verdi, "Sansão e Dalila", de Saint-Saëns e "Carmen", de Bizet, entre outros.
Ela retornaria ao Municipal em 1943 para dançar ao lado de Vaslav Veltchek (1896-1967) . Nessa nova safra, dançou "Fausto", de Gounoud, "Sonata ao Luar", de Beethoven, e "Les Sylphides" - as duas últimas sob direção de Igor Schwezoff (1904&mdash
Suas primeiras aulas de balé foram ministradas pela mestra italiana Rita Sacchetto (1880-1959), em Berlim. Logo depois, os estudos da menina foram passados para Mary Zimmermann, primeira-bailarina e maître de balllet da Ópera de Berlim. Ela ainda seria aluna de Sasha Leontieve e Heinrich Kroller (1880-1930), coreógrafos das primeiras peças que ela dançou.
Com apenas oito anos, Maryla passou a fazer recitais com solos de dança. Chamou tanta atenção que os ingleses a batizaram de Pocket Pavlova", ou seja, "Pavolva de bolso", numa referência à bailarina russa Anna Pavlova.
Entre 1919 e 1924, se apresentou em Berlim, Londres, Manheim, Munique, Sófia, Praga, Amsterdam, Bélgica, Itália, Stuttgart, Damstadt, Hannover e Viena.
Em 1923, conheceu Mary Wigman (1886-1973), principal referência do expressionismo alemão na dança, e também Rudolf Laban (1879-1958), pai da notação em dança, e passou a experimentar a dança moderna em paralelo ao aperfeiçoamento na técnica clássica com os mestres Alexandra Nikolajeva, Olga Preobajenska (1871-1962), Catarina Devilier, Victor Gsovsky (1902-1974), Eugênia Eduardova (1882-1960) e Enrico Cecchetti.
Em 1930, ela viajou à Argentina como primeira-bailarina do Gérard Ballet, companhia dirigida por Hanns Gérard. Nesse período, chegava a dançar 12 números por dia. Adoentada, desligou-se da companhia e veio ao Brasil a convite da Embaixada da Polônia. Nunca mais retornou.
Considerando o Corpo de Baile da Escola de Danças do Theatro Municipal do Rio ainda com nível muito primário, recusou o convite para integrá-lo, mas, decidida a ficar no país, dedicou-se por quatro anos a estudar tanto dança quanto ciências humanas.
A chegada de Serge Lifar (1905-1986) no Rio para participar de uma temporada no Municipal em 1934 fez Maryla rever a decisão de ficar fora dali. Logo ela entrou para o grupo e interpretou Terpsícore em "As Criaturas de Prometeu". Com isso, se tornou a primeira mulher a ser nomeada primeira-bailarina da companhia, que até então não havia ousado designar ninguém com tal título. Participou ainda em "Dança das Horas", da ópera Gioconda, e "A Paz com Música", de Francisco Braga, ambas com coreografia de Maria Olenewa (1896-1965). Lifar a ensinou ainda o pas-de-deux do segundo ato de "Giselle", que foi dançado por ela pela primeira vez no país.
Em 1936, o Corpo de Baile foi oficializado. Com isso, Maryla dançou novas peças de Olenewa: "Danúbio Azul", de Johann Strauss, "Iracema", de J. Otaviano, e "Divertissements", assim como também"Uirapuru", com coreografia de Ricardo Nemanoff.
Quando se programou partir do Rio para atender a um convite de trabalho com Lifar, em 1939, a Segunda Guerra Mundial foi deflagrada, forçando sua permanência no Brasil. Nesse período, já havia iniciado a carreira de coreógrafa, criando sequências para "Gioconda", "Manon" e "Thaís", de Massenet, "Aida", de Verdi, "Sansão e Dalila", de Saint-Saëns e "Carmen", de Bizet, entre outros.
Ela retornaria ao Municipal em 1943 para dançar ao lado de Vaslav Veltchek (1896-1967) . Nessa nova safra, dançou "Fausto", de Gounoud, "Sonata ao Luar", de Beethoven, e "Les Sylphides" - as duas últimas sob direção de Igor Schwezoff (1904&mdash
Bibliografia
1982).
Em 1947, ela foi convidada para dirigir o Ballet da Juventude, criado em 1945 com patrocínio da União Nacional dos Estudantes. Ficou dois anos e retornou em 1952. Com a morte de Yuco Lindberg (1908-1948), ela assumiu a direção interina da companhia.
Em 1949, montou seu primeiro grande trabalho, "Rondó Caprichoso, de Camille Saind-Saëns, com Cirley Franca, Aldo Lotufo, Anna Maria Wanzer, Yvonne Meyer, Noêmia Wainer, Beatriz Jupova e Cecília Wainstock.
Em 1951, fez parte como coreógrafa do Teatro Folclórico Brasileiro, e, em 1952, criou "Mephisto Valtz", que alcançou grande consagração. Nesse mesmo ano, foi oficialmente nomeada coreógrafa e maître de ballet.
Em 1954, criou "Seca" a partir da “Bachiana nº 1”, de Villa-Lobos. Em 1955, dançou no papel daa matriarca da família russa de “Boutique Fantasque”, de Leonid Massine, por ocasião da visita do coreógrafo ao Rio. Nesse mesmo ano, foi a São Paulo remontar “Rondó Caprichoso” e “Mephisto Valtz” para o Ballet do Museu de Arte.
Em 1959, criou mais uma grande peça, “O Aprendiz de Feiticeiro”, com música de Paul Dukar. No mesmo ano foi agraciada como melhor coreógrafa do ano pela Associação dos Críticos Teatrais e, em 1960, nomeada Cidadã Carioca, recebendo do governador Chagas Feiras o Diploma de Bons Serviços. Em 1965 ela ganhou ainda a Medalha do Mérito Carlos Gomes, conferida pelo então governador Carlos Lacerda.
Maryla morreu em 1985, no Rio.
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Em 1947, ela foi convidada para dirigir o Ballet da Juventude, criado em 1945 com patrocínio da União Nacional dos Estudantes. Ficou dois anos e retornou em 1952. Com a morte de Yuco Lindberg (1908-1948), ela assumiu a direção interina da companhia.
Em 1949, montou seu primeiro grande trabalho, "Rondó Caprichoso, de Camille Saind-Saëns, com Cirley Franca, Aldo Lotufo, Anna Maria Wanzer, Yvonne Meyer, Noêmia Wainer, Beatriz Jupova e Cecília Wainstock.
Em 1951, fez parte como coreógrafa do Teatro Folclórico Brasileiro, e, em 1952, criou "Mephisto Valtz", que alcançou grande consagração. Nesse mesmo ano, foi oficialmente nomeada coreógrafa e maître de ballet.
Em 1954, criou "Seca" a partir da “Bachiana nº 1”, de Villa-Lobos. Em 1955, dançou no papel daa matriarca da família russa de “Boutique Fantasque”, de Leonid Massine, por ocasião da visita do coreógrafo ao Rio. Nesse mesmo ano, foi a São Paulo remontar “Rondó Caprichoso” e “Mephisto Valtz” para o Ballet do Museu de Arte.
Em 1959, criou mais uma grande peça, “O Aprendiz de Feiticeiro”, com música de Paul Dukar. No mesmo ano foi agraciada como melhor coreógrafa do ano pela Associação dos Críticos Teatrais e, em 1960, nomeada Cidadã Carioca, recebendo do governador Chagas Feiras o Diploma de Bons Serviços. Em 1965 ela ganhou ainda a Medalha do Mérito Carlos Gomes, conferida pelo então governador Carlos Lacerda.
Maryla morreu em 1985, no Rio.
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Videografia
CAMINADA, Eliana. Maryla Gremo: Fogo Sagrado. Rio de Janeiro: Faperj, 2004.