Histórico
Nasceu em 1906 em Ozora, uma cidade no sul da Hungria. Aos cinco anos, viu Le Spectre de la Rose" (1911) dançado por Vaslav Nijinski (1890-1950) numa turnê do Ballets Russes em Budapeste e decidiu tornar-se bailarino.
Iniciou os estudos de técnica clássica em 1913 com Nicola Guerra (1865-1942), Elena Poliakova e Olga Preobrajenska (1871-1962). Mais tarde, conheceu o trabalho de Rudolf Laban (1879-1958) e se convenceu de que seu papel na dança estava na pesquisa coreográfica.
Para isso, mudou-se em 1925 para Berlim, onde se matriculou na escola de Hertha Feist (1896-1990), aluna de Laban. Em paralelo, estudou técnica clássica com Enrico Cecchetti (1850-1928). Em 1928, formou-se na escola de Feist e conquistou o diploma do Instituto de Coreografia Laban, fazendo sua estreia em um recital na Galeria Der Sturm, em Berlim.
Entre 1928 e 1932, atuou como solista do corpo de baile da Staatsoper de Berlim e continuou tendo aulas de balé com Victor Gsovsky (1902-1974). No mesmo período, Ele também passou a atuar, em paralelo, como bailarino e coreógrafo assistente em Hagen, Duisburg-Hamborn/Bochum e Breslau, onde criou sua primeira coreografia para o Teatro Estatal da cidade: "H.M.S. Royal Oak" (1932).
Entre 1932 e 1934, foi coreógrafo, diretor de balé e bailarino do Teatro Estatal de Augsburg, onde criou versões próprias para balés do repertório de Serge Diaghilev (1872-1929), como "Petrouchka" (1933), estreada em Budapeste.
Em 1934, foi admitido como coreógrafo, diretor de balé e bailarino no Teatro della'Opera de Düsseldorf, no qual deveria permanecer por duas temporadas. A ascensão da Alemanha nazista, no entanto, o fez fugir em dezembro de 1935.
Em 1936, tornou-se coreógrafo-assistente de Antal Németh no Teatro Nacional de Budapeste e aproveitou a ocasião para abrir uma escola na cidade. Nesse período, começou os primeiros contatos com o compositor Béla Bartók (1881-1945), a quem encomendaria a trilha de “O Mandarim Maravilhoso”.
Em 1937, Aurel começou sua investida italiana, debutando no Teatro San Carlo, de Nápoles e, no ano seguinte, assumindo o posto de coreógrafo , diretor de dança e primeiro-bailarino do Teatro Reale della'Opera de Roma, onde permaneceu até 1945. Foi com esse grupo que ele estreou os balés "A Sagração da Primavera" (1941), em Roma, e "O Mandarim Maravilhoso (1942), em Milão.
Entre 1946 e 1947, ele se tornou coreógrafo do Teatro alla Scala de MIlão e coreógrafo convidado do Ballets de Champs-Elysées. De 1948 a 1952, Aurel excursionou pelo mundo como coreógrafo convidado. Roma, Buenos Aires, Estocolmo, Madri, Veneza, Florença, Milão... Todas essas cidades viram criações do húngaro nascerem.
Em 1953, a convite de Ciccilo Matarazzo (1898 - 1977), veio a São Paulo, onde, rebatizado de "Aurélio", passou a dirigir e coreografar o Balé do IV Centenário, com o qual permaneceu até o início de 1955. Nesse ano, voltou à Itália, onde assumiu como coreógrafo e diretor de dança do Teatro Massimo de Palermo.
Passados os dramas da Segunda Guerra, Aurel fez nova investida na Alemanha em 1960, ano em que recebeu a cidadania italiana e passou a atuar como coreógrafo e diretor de dança da Opernhaus de Colônia, onde ficou até 1963. Nesse meio tempo, atuou como coreógrafo convidado na Staatsoper de Viena e no Teatro La Monnaie de Bruxelas.
Foi coreógrafo e diretor da Staatsoper de Viena de 1963 a 1966 e de 1971 a 1974. Nesse meio tempo, entre 1966 e 1969, voltou a ocupar o posto no Teatro Reale della'Opera, em Roma.
Sua últrima coreografia Foi “La Rivolta di Sisifo” (1977), com música de Petrassi. Morreu em Roma, aos 82 anos, em 1988."
Trabalhos
– H.M.S. Royal Oak» (1932), com música de Schulhoff
– «Petrouchka» (1933), com música de Stravinski
– «A Sagração da Primavera» (1941), com música de Stravinski
– «O Mandarim Maravilhoso» (1942), com música Bartók
– «Orlando Furioso» (1947), com música de Petrassi
– «Retrato de Dom Quixote» (1947), com música de Petrassi
– «Marsia» (1948), com música de Dallapiccola
– «Mystè res» (1951), com música de Bartók
– «Il principe di legno» (1951), com música de Bartók
– «La sonata dell’angoscia» (1954), com música de Bartók
– «Estro barbarico» (1960), com música de Bartók
– «Estri» (1968), com música de Petrassi
– «Visage» (1973), com música de Luciano Berio
– «Jeux» (1975), com música de Claude Debussy
– «La Rivolta di Sisifo» (1977), com música de Petrassi»