Dança em Rede

Com patrocínio de Assis Chateaubriand, o Ballet do Museu de Arte de São Paulo foi fundado no segundo semestre de 1955 por Abelardo Figueiredo. No elenco inicial, figuravam 14 integrantes do então quase extinto Balé do IV Centenário, que encerraria suas atividades no fim daquele ano: Juan Giuliano, Christian Uboldi, Raul Severo, Josemary Brantes, Neyde Rossi, Lenore Gorham, Noemia Wainer, Yara Barbosa, Susanna Faini, Nancy Lohn, Marly Leal, Eleonora Oliosi e Calíope Verniere, todos sob a tutela de Ismael Guiser, que ocupava o cargo de maître de ballet e coreógrafo. Sediados em um edifício na rua Sete de Abril, no centro de São Paulo, os bailarinos ensaiavam, em meados de setembro, as primeiras coreografias:Valsas Nobres e Sentimentais, de Ismael Guiser, com música de Ravel, "Mephisto Valtz", de Maryla Gremo, com música de Liszt, "Rondó Caprichoso", de Maryla Gremo, com música de Saint-Saens, "Tocata e Fuga", de Chrisian Uboldi, com música de Bach, "Orfeo", de Christian Uboldi, com música de Stravinsky, "Narciso", de Nina Verchinina, com música de Ravel, "Prelúdios", de Ismael Guiser, com música de Liszt, e "Arlequinade", de Ismael Guiser, com música de Rossini. Em setembro de 1955, foram ainda encomendados dois balés com temas e músicas brasileiros a Vaslav Veltchek. A proposta era que, tal como acontecia no Balé do IV Centenário, os cenários fossem desenhados por grandes representantes das artes plásticas no país, como Cândido Portinari, Burle Marx, Lasar Segall, Gianni Ratto, Lina Bo Bardi e Darcy Penteado. O primeiro programa apresentado pelo conjunto estreou em novembro de 1955, no Teatro Maria Della Costa, com cenários e figurinos de Lina Bo Bardi e Darcy Penteado e as coreografias "Vision da'Aprè s Mort", de Ismael Guiser, com música de Prokofiev, "Mephisto Valtz", de Maryla Grema, "Alla Italiana", de Ismael Guiser, com música de Rossini, e "Choreae", de Christian Uboldi, com música de Bach. Um dos diferenciais do grupo eram as apresentações que fazia no programa “Música e Fantasia”, conduzido pelo diretor da companhia, Abelardo Figueiredo, na TV Tupi. Apesar dos esforços dos envolvidos, o Ballet do Museu de Arte de São Paulo durou apenas seis meses e, em 1956, seus bailarinos se dispersaram. "

(por Amanda Queirós | Pesquisa SPCD)

Atualizado (MAIO 2020)