Dança em Rede

A Cia. Corpos Nômades foi criada em 1995, mas seus trabalhos se intensificaram após João Andrazzi ter voltado da Holanda, onde aprofundou seus estudos e conhecimentos sobre a dança contemporânea, durante dois anos, na School for New Dance and Development. Os trabalhos da companhia se baseiam na pesquisa corporal, com enfoque na improvisação como processo cênico, no forte contato com o chão e com o outro. Sua linguagem é construída a partir do repertório dos artistas, que trazem para a dança recordações de vida. Objetos, textos, sons, imagens, gestos... João Andreazzi, frente a esse processo de criação, desenvolveu o conceito cênico-corporal de coreodramaturgia, para nortear os estudos que levam às criações da Cia, ou seja, a escolha das metáforas e referências para cada montagem. Após conquistar o espaço "O Lugar", sede da companhia, os trabalhos puderam crescer ainda mais. "

OOZE/EZOO (2000)
O texto “Pioravante Marche”, de Samuel Beckett, é uma das inspirações para a coreografia. Elementos da cultura Hip-Hop (dj, b.boy, rapper e o grafiteiro) são incorporados de forma a contextualizar as situações.
O espetáculo trabalha com a transição entre realidade e virtualidade, entre o estável e não estável. As mudanças que o corpo sofre e realiza, no meio que o envolve, um interferindo no outro.
Com o auxílio do vídeo, revela-se o corpo e amplia-se a noção espaço/tempo. A experiência corporal do espetáculo visa “retratar” a vivência atual do homem. Como esta experiência pode alimentar o olhar, a percepção, a reflexão e enriquecer o conhecimento e a própria dança.

A Fuga Fora do Tempo (2007)
Obra baseada nas ideias críticas de Marcel Duchamp, são utilizados Ready-Mades-Glaciais para abordar a questão de como a passagem do tempo interfere nas coisas e nas pessoas. A ideia de continuidade, de vão entre passado e futuro – que pode ser o presente, o instante, a mudança de estado do corpo e do objeto, gerando movimento.

Espectros de Sheakspeare – Do Outro Lado do Vento (2010)
“Ofélia”, “Macbeth”, “Lady Macbeth”, “As Três Bruxas”, “Hamlet”, o “Espectro de Hamlet” e muitos outros personagens são dissecados e fundidos à coreodramaturgrafia buscando, mais do que o sofrimento trágico apresentado em cada obra, uma substância trágica capaz de unir as cenas, transformando-as em referências da existência humana, assim como foi feito por outros artistas, cineastas, escritores e compositores sobre a obra de Shakespeare.

Uma Sinfonia entre a Medula Óssea e o Piscar dos Olhos (2012)
Um espetáculo que tem como ponto de partida inspirações nos textos de Heiner Müller e nas sinfonias de Gustav Mahler. Uma composição em 4 movimentos, utilizando a junção de imagens e sons para a criação de uma dramaturgia intimamente conectada com a coreografia.

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http://www.kmilleproducoes.com.br/catalogo/ciacorposnomades.html

http://www.ciacorposnomades.art.br/wordpress/

(Deborah Rocha | Pesquisa SPCD)

Atualizado (MAIO 2020)