Dança em Rede

Fundado pela bailarina Helena Coelis em abril de 1982, o Grupo Amador de Dança do Ceará – GAD (que depois foi nomeado Grupo Ação e Dança) atuou como um dos primeiros corpos de baile do Ceará. A companhia surgiu quando Helena participava do Encontro Nacional de Danças Amadoras, em São Paulo, local onde posteriormente realizou apresentações. O GAD era formado por 16 bailarinos, entre eles Robson Rosa, Cláudia Pires, Wilemara Barros, Mônica Nepomuceno, Ricardo Freire e Rita Dantas, entre outros. O grupo prezava por um ambiente de encontros e partilha de experiências, ao contrário das academias de dança que quase exigiam exclusividade de suas alunas naquela época. No GAD, os integrantes entravam em contato com diversos estilos de dança – e não só o balé clássico – como jazz, sapateado e moderno. Helena convidava coreógrafos de outros estados para desenvolver trabalhos com seus bailarinos, afirmando uma necessidade de ampliar os horizontes dos intérpretes. Alguns destes mestres, como Edmundo Carijó e Lourdes Braga, acabavam por desenvolver coreografias que marcaram a história da companhia. Ê o caso de Pedro da Vida e da Morte, peça assinada por Lourdes Braga, que estreou em 1982. Vestidos com macacões de operários – e não tutus e sapatilhas -, 16 bailarinos interpretavam a música “Construção”, de Chico Buarque . O grupo era mantido pelo Studio de Danças Helena Coelis e o recurso era aplicado nos figurinos dos espetáculos, nas passagens para a vinda de coreógrafos e estrutura da escola, por isso não podia pagar para manter também os bailarinos. Em 1988, o grupo foi extinto, mas seus bailarinos seguiram atuando dentro e fora do país.

– Pedro da Vida e da Morte (1982). Direção Helena Coelis
– Céu e Terra (1983). Direção Helena Coelis

GADELHA, Rosa Cristina Primo. A Dança Possível: as Ligações do Corpo Numa Cena. / Rosa Cristina Primo Gadelha. – Fortalza: Expressão Gráfica e Editora Ltda., 2006.

(por Elisa Parente | Pesquisa SPCD)

Atualizado (MAIO 2020)