Dança em Rede
Joshey Leão
- Categoria: Profissionais da dança
- País de origem: Brasil
- UF de origem: SP
- Cidade de origem: Assis
- Tipo de Escola: publica
- Atividade: Bailarino
Histórico
Em 19 de maio de 1927 nasce José Leão de Carvalho (1927–1983). Conhecido artisticamente como Joshey Leão, foi um renomado bailarino natural de Assis que construiu uma brilhante carreira na cidade de São Paulo. Desde a infância, Joshey demonstrava um talento excepcional para a dança, iniciando-se no sapateado aos cinco anos e no balé aos nove. No início da década de 1940, com o incentivo da família, mudou-se para São Paulo, onde ingressou na Escola Municipal de Bailado para estudar balé clássico. Teve a honra de ser aluno de Maria Olenewa — pioneira na introdução do balé no Brasil — e de Marília Franco, uma das maiores referências do balé nacional. Sua carreira profissional começou em 1946 como bailarino e sapateador. Três anos depois, em 1949, recebeu sua primeira medalha da Academia de Artes de São Paulo pela interpretação de "Minueto". Durante os anos 1950, Joshey Leão refinou sua técnica, estudando na Royal Academy de Londres e integrando o elenco do Original Balé e Mímica entre 1950 e 1955. Em 1958, foi consagrado como primeiro bailarino do Teatro Municipal de São Paulo, posição que ocupou durante grande parte de sua trajetória artística. Foram seus mestres de dança: Marília Franco, Maria Carmem Brandão, Sergei Murchatov e Maria Meller. A partir da década de 1960, além de sua atuação nos palcos, Joshey Leão destacou-se como professor, lecionando na Escola de Dança da Prefeitura de São Paulo e fundando sua própria instituição, a Escola de Bailados Joshey Leão. Sua carreira foi marcada por inúmeras apresentações em todo o país, além de participações no cinema, rádio e televisão. Destacou-se como grande coreógrafo, criando bailados de grande beleza e raros desenhos para seus alunos e alunas e, por este motivo, recebeu diversos convites para realizar apresentações em redes de televisão no decorrer de sua trajetória, atraindo grande interesse do público. Em 1963, durante uma apresentação de "La Traviata", sofreu um grave acidente ao executar um salto, fraturando a tíbia e ficando afastado dos palcos por mais de um ano. Chegou a duvidar se voltaria a dançar, mas, com determinação, retomou sua carreira com o mesmo brilho e reconhecimento. Quatro anos depois, em 1967, outro infortúnio o atingiu: um acidente pouco antes de viajar aos Estados Unidos deixou-o em coma por 40 dias. Apesar das adversidades, Joshey Leão manteve uma atuação impecável, sendo considerado o melhor bailarino clássico brasileiro entre 1958 e 1973. Além de sua excelência artística, Joshey Leão acreditava profundamente no poder emancipador da dança e defendia que ela deveria ser acessível a todos. Criticava a falta de valorização dos bailarinos no Brasil, afirmando que "o país tinha bons valores, mas não sabia aplicá-los", enquanto no exterior os artistas eram amplamente reconhecidos — realidade que levou muitos talentos a emigrarem para a Europa. Para ele, o balé poderia ser uma arte popular, que só precisava chegar até as pessoas por meio de políticas públicas de difusão e inclusão. No entanto, lamentava a falta de apoio governamental a iniciativas que visavam democratizar a dança. Entre seus projetos estavam o Balé da Folhinha, vinculado ao jornal Folha de São Paulo, onde atuava como professor, e um curso gratuito em parceria com Lenita Miranda de Figueiredo, no qual alunos se apresentavam em favelas da capital paulista. Falece em 1983, vítima de um infarto fulminante durante um ensaio.
Links
https://acervojosheyleao.com.br/