Dança em Rede
Terpsí Teatro de Dança
- Categoria: Companhias Profissionais
- País de origem: Brasil
- UF de origem: RS
- Cidade de origem: Porto Alegre
- Ano de criação: 1987
- Responsável: Carlota Albuquerque
- Responsável cargo: Diretor artístico
- Telefone: (51) 3228-8774
- Endereco: Museu do Trabalho (Rua dos Andradas, 230)
- Bairro: Centro Histórico
- E-mail: terpsi@via-rs.net
Histórico
Criada em 1987, em Porto Alegre, a Terpsí Teatro de Dança se tornou um dos primeiros grupos do Rio Grande do Sul e do Brasil a adotar a Dança-Teatro como principal linguagem de trabalho.
Fundado por Carlota Albuquerque, que assumiria os cargos de diretora artística e coreógrafa, ele reuniu inicialmente oito bailarinas de trajetória clássica: Andréa Ianakis, Angela Spiazzi, Christina Dias, Heloísa Valdez, Laura Mangeon, Leta Etges, Sílvia da Silva e Suzana Schoelkopf. Em comum, todas queriam perseguir outro tipo de investigação cênica na dança.
Tal proposta foi abraçada logo após o surgimento da companhia, quando Carlota teve contato com o trabalho de Susanne Linke, uma das pioneiras do tanztheater alemão, por meio de uma mostra de filmes promovida pelo Instituto Goethe em Porto Alegre. O desejo de explorar essa linguagem cresceu ainda mais no ano seguinte, quando ela teve a oportunidade de assistir à dança-teatro de Pina Bausch (1940-2009) em Wuppertal, na Alemanha.
Visando alcançar esse objetivo, Carlota convidou Eneida Dreher, com quem já havia trabalho na Terra Cia. de Dança (1981-1984), para ocupar os cargos de preparadora técnica e assistente de direção da Terpsí a partir de 1989. No currículo, ela trazia anos de estudo na Folkwang Hochschule, em Essen, na Alemanha, a mesma na qual Bausch havia iniciado sua formação em dança sob a superfisão de Kurt Jooss (1901-1979).
Até então, Carlota já havia criado dois espetáculos que ainda transitavam entre as linguagens do clássico e do moderno – “As Quatro Estações” (1987) e “As Três Parcas” (1988). Com a ajuda de Dreher, a coreógrafa deu o passo definitivo rumo à da dança-teatro. Inspirada no dramaturgo Samuel Beckett (1906-1989), ela criou Quem Ê" (1989), com músicas de Laurie Anderson, Meredith Monk, Erik Satie (1866-1925), J.S. Bach (1685-1750), Kitaro, Frédéric Chopin (1810-1849), Jean Michel Jarre e Piotr Ilitch Tchaikovski (1840-1893). Estreada no 2º Dança Porto Alegre, a peça rendeu ao grupo o convite que o transformou, ao lado da Victor Navarro Cia. de Dança, em um dos dois únicos representantes brasileiros na edição de 1990 do Carlton Dance Festival, então principal evento internacional de dança do país.
A visibilidade alcançada aí e a boa receptividade do trabalho rendeu não apenas críticas elogiosas na imprensa brasileira, mas também da revista norte-americana “Dance Magazine”, que produziu reportagem sobre o grupo. Esse sucesso inicial também o fez receber duas propostas de manutenção de companhia por parte de empresas privadas – fato até então inédito no Rio Grande do Sul – que acabaram inviabilizadas devido à implantação do Plano Collor.
Com falta de apoio financeiro, a Terpsí seguiu sua atuação de forma mambembe. Sem lugar fixo para ensaios, usava salas emprestadas provisoriamente para dar continuidade a seus trabalhos, que renderam ao longo dos anos 1990 espetáculos como "Lautrec... Fin de Siécle" (1993), "Orlandoa's" (1996) e "Escape - A Dança dos Loucos" (1998).
Em 1999, o grupo participou do 1º Usina Brasil Telecom Dança, criado por Luciano Alabarse, curador do festival Porto Alegre em Cena. Isso atraiu a atenção da empresa responsável pelo evento, que passou a patrocinar a Terpsí, agora mais bem estruturada para o desenvolvimento de sua criação artística. Nesse período surgiram “O Banho” (2001) e "E La Nave no Va I" (2001), inspirado no universo do cineasta Federico Fellini (1920-1993).
A companhia se apresentou ainda em três edições do Circuito Brasil Telecom de Dança (2001, 2002 e 2003). Logo após, teve o apoio financeiro encerrado, o que a levou a se unir a outros artistas e coletivos de Porto Alegre em torno de um movimento – mais tarde batizado de Redemoinho RS – para reivindicar políticas públicas para as artes.
Em 2006, o grupo recebeu o 1º Prêmio Klauss Vianna, concedido pelo Ministério da Cultura via Fundação Nacional de Artes (Funarte), e, a partir de 2007, estabeleceu uma parceria com o Museu do Trabalho, onde instalou o Centro de Estudos Coreográficos do Terpsí - CEC Terpsí, “espaço de criação e (trans)formação onde o corpo é ideia-chave”, segundo descreve Carlota. Desde então, o lugar funciona não apenas como sede, mas também como oficina de formação em variadas técnicas em danças.
Ao longo de seus mais de 25 anos de trajetória, a Terpsí se apresentou no 1º Fórum Social Mundial (2000) e em festivais como Danza Libre (XXXX, Uruguai), 1º Porto Alegre em Buenos Aires (2006, Argentina), Porto Alegre em Cena (1994,1997, 2001, 2003, 2006, 2009, 2011 e 2013), Festival de Dança de Joinville (2011) e Semana de La Cultura de Rio Grande do Sul em Uruguay (2012), além de ter circulado em 2002 por Manaus, Belém, São Luiz e Fortaleza por meio do Projeto Petrobras – As Artes Cênicas aproximando o Brasil.
Entre as principais congratulações recebidas durante esse tempo, destacam-se outros dois prêmios Klauss Vianna (2008 e 2010), o Prêmio Estímulo de Teatro e Dança concedido pela Secretaria de Cultura da Presidência da República e Instituto Brasileiro de Arte Cultura, o 1º Prêmio de Fomento ao Trabalho Continuado em Artes Cênicas de Porto Alegre, em 2010, e a Ordem do Mérito Cultural à coreógrafa e fundadora do grupo, Carlota Albuquerque, também em 2010. "
Fundado por Carlota Albuquerque, que assumiria os cargos de diretora artística e coreógrafa, ele reuniu inicialmente oito bailarinas de trajetória clássica: Andréa Ianakis, Angela Spiazzi, Christina Dias, Heloísa Valdez, Laura Mangeon, Leta Etges, Sílvia da Silva e Suzana Schoelkopf. Em comum, todas queriam perseguir outro tipo de investigação cênica na dança.
Tal proposta foi abraçada logo após o surgimento da companhia, quando Carlota teve contato com o trabalho de Susanne Linke, uma das pioneiras do tanztheater alemão, por meio de uma mostra de filmes promovida pelo Instituto Goethe em Porto Alegre. O desejo de explorar essa linguagem cresceu ainda mais no ano seguinte, quando ela teve a oportunidade de assistir à dança-teatro de Pina Bausch (1940-2009) em Wuppertal, na Alemanha.
Visando alcançar esse objetivo, Carlota convidou Eneida Dreher, com quem já havia trabalho na Terra Cia. de Dança (1981-1984), para ocupar os cargos de preparadora técnica e assistente de direção da Terpsí a partir de 1989. No currículo, ela trazia anos de estudo na Folkwang Hochschule, em Essen, na Alemanha, a mesma na qual Bausch havia iniciado sua formação em dança sob a superfisão de Kurt Jooss (1901-1979).
Até então, Carlota já havia criado dois espetáculos que ainda transitavam entre as linguagens do clássico e do moderno – “As Quatro Estações” (1987) e “As Três Parcas” (1988). Com a ajuda de Dreher, a coreógrafa deu o passo definitivo rumo à da dança-teatro. Inspirada no dramaturgo Samuel Beckett (1906-1989), ela criou Quem Ê" (1989), com músicas de Laurie Anderson, Meredith Monk, Erik Satie (1866-1925), J.S. Bach (1685-1750), Kitaro, Frédéric Chopin (1810-1849), Jean Michel Jarre e Piotr Ilitch Tchaikovski (1840-1893). Estreada no 2º Dança Porto Alegre, a peça rendeu ao grupo o convite que o transformou, ao lado da Victor Navarro Cia. de Dança, em um dos dois únicos representantes brasileiros na edição de 1990 do Carlton Dance Festival, então principal evento internacional de dança do país.
A visibilidade alcançada aí e a boa receptividade do trabalho rendeu não apenas críticas elogiosas na imprensa brasileira, mas também da revista norte-americana “Dance Magazine”, que produziu reportagem sobre o grupo. Esse sucesso inicial também o fez receber duas propostas de manutenção de companhia por parte de empresas privadas – fato até então inédito no Rio Grande do Sul – que acabaram inviabilizadas devido à implantação do Plano Collor.
Com falta de apoio financeiro, a Terpsí seguiu sua atuação de forma mambembe. Sem lugar fixo para ensaios, usava salas emprestadas provisoriamente para dar continuidade a seus trabalhos, que renderam ao longo dos anos 1990 espetáculos como "Lautrec... Fin de Siécle" (1993), "Orlandoa's" (1996) e "Escape - A Dança dos Loucos" (1998).
Em 1999, o grupo participou do 1º Usina Brasil Telecom Dança, criado por Luciano Alabarse, curador do festival Porto Alegre em Cena. Isso atraiu a atenção da empresa responsável pelo evento, que passou a patrocinar a Terpsí, agora mais bem estruturada para o desenvolvimento de sua criação artística. Nesse período surgiram “O Banho” (2001) e "E La Nave no Va I" (2001), inspirado no universo do cineasta Federico Fellini (1920-1993).
A companhia se apresentou ainda em três edições do Circuito Brasil Telecom de Dança (2001, 2002 e 2003). Logo após, teve o apoio financeiro encerrado, o que a levou a se unir a outros artistas e coletivos de Porto Alegre em torno de um movimento – mais tarde batizado de Redemoinho RS – para reivindicar políticas públicas para as artes.
Em 2006, o grupo recebeu o 1º Prêmio Klauss Vianna, concedido pelo Ministério da Cultura via Fundação Nacional de Artes (Funarte), e, a partir de 2007, estabeleceu uma parceria com o Museu do Trabalho, onde instalou o Centro de Estudos Coreográficos do Terpsí - CEC Terpsí, “espaço de criação e (trans)formação onde o corpo é ideia-chave”, segundo descreve Carlota. Desde então, o lugar funciona não apenas como sede, mas também como oficina de formação em variadas técnicas em danças.
Ao longo de seus mais de 25 anos de trajetória, a Terpsí se apresentou no 1º Fórum Social Mundial (2000) e em festivais como Danza Libre (XXXX, Uruguai), 1º Porto Alegre em Buenos Aires (2006, Argentina), Porto Alegre em Cena (1994,1997, 2001, 2003, 2006, 2009, 2011 e 2013), Festival de Dança de Joinville (2011) e Semana de La Cultura de Rio Grande do Sul em Uruguay (2012), além de ter circulado em 2002 por Manaus, Belém, São Luiz e Fortaleza por meio do Projeto Petrobras – As Artes Cênicas aproximando o Brasil.
Entre as principais congratulações recebidas durante esse tempo, destacam-se outros dois prêmios Klauss Vianna (2008 e 2010), o Prêmio Estímulo de Teatro e Dança concedido pela Secretaria de Cultura da Presidência da República e Instituto Brasileiro de Arte Cultura, o 1º Prêmio de Fomento ao Trabalho Continuado em Artes Cênicas de Porto Alegre, em 2010, e a Ordem do Mérito Cultural à coreógrafa e fundadora do grupo, Carlota Albuquerque, também em 2010. "
Trabalhos
- Casa das Especiarias" (2011)
- "Ditos e Malditos - Desejos da Clausura" (2009)
- "Mulheres Insones" (2006) - parceria do dramaturgo Decio Antunes com a Terpsí
- "E La Nave no Va II" (2003)
- "E La Nave
- "Ditos e Malditos - Desejos da Clausura" (2009)
- "Mulheres Insones" (2006) - parceria do dramaturgo Decio Antunes com a Terpsí
- "E La Nave no Va II" (2003)
- "E La Nave
Bibliografia
FERRAZ, Wagner. Ditos e Malditos - Desejos da Clausura: O Processo de Criação da Terpsí Teatro de Dança. Porto Alegre: Edição do autor, 2011.
LIMA. João Batista Soares de. Corpos Ditos e Malditos: Processos de Criação e Princípios de Composição. Dissertação de Mestrado, Pós-Graduação em Artes Cênicas. Porto Alegre, UFRGS, 2012.
LIMA. João Batista Soares de. Corpos Ditos e Malditos: Processos de Criação e Princípios de Composição. Dissertação de Mestrado, Pós-Graduação em Artes Cênicas. Porto Alegre, UFRGS, 2012.