Dança em Rede
Nêgo (Eu, ele, nós, Tudo Preto)
- Ano de criação: 2014
- Duração: 45
- Grupos de estreia: Companhia Urbana de Dança
- Autores: Sonia Destri Lie
- Responsável: Sonia Destri Lie
- Responsável cargo: Diretora e coreógrafa
Histórico
Companhia Urbana de Dança | Foto: Divulgação
SINOPSE
No Brasil, quem mais morre, e se morre muito, e violentamente, são os jovens negros. Os números são impressionantes, morre-se mais que em muitas guerras declaradas. E a morte tem uma cor predominante nesse país. Tudo preto. É certo: os dançarinos da Companhia Urbana de Dança hoje são ponto fora da curva dessa estatística dolorosa, no entanto, não deixaram de ser o que são nesse processo que os tirou da frente da linha de tiro. A cada dia no olhar de alguém que cruza com eles na rua, no transporte coletivo, no táxi que não para, na dura da polícia, são vistos e tratados como aquilo que são: todos pretos. Já se disse: black is beautiful. E negra é a raiz da liberdade. Mas, ser negro, jovem e urbano da periferia e dançar com talento e ousadia, diz não só de beleza, mas também de resiliência. Filhos e netos de tantas misturas que trazem a marca de sua negritude como signo e lugar, com tons e semitons, nuances claras, escuro aveludado, marrons caramelados, imprimem na dança toda a diversidade de movimentos, texturas, ideias, conceitos... Corporeidades distintas dialogam, se encontram, colidem em corpos que falam da violência e da possibilidade de uma nova escrita com histórias construídas fora das ruas estreitas da cidade.
Celebrando a negritude e refletindo sobre a questão racial, Nêgo (eu.ele.nós.tudo preto) firma a diversidade através de diálogos gestuais, impregnados de energia. A diretora da Companhia Urbana de Dança, Sonia Destri pontua: “No Brasil, quem mais morre, e se morre muito, e violentamente, são os jovens negros. Os números são impressionantes. É certo: os dançarinos da Companhia hoje são um ponto fora da curva dessa estatística dolorosa. Mas, ser negro, jovem e urbano da periferia – e dançar com talento e ousadia – diz, não só de beleza, mas de resiliência. (Referência FUNARTE).
MINIBIO DO COREÓGRAFO
Sonia Destri Lie é diretora artística e coreógrafa da Companhia Urbana de Dança. Destri viajou pelo Brasil e pela Europa após completar seus estudos, trabalhando com dança, teatro, cinema e musicais. Foi então que ela descobriu a dança hip-hop e b-boying. Ela definiu sua interpretação única e revigorante desses estilos ao infundi-los com as ricas influências culturais do Brasil e das favelas do Rio de Janeiro. Seus trabalhos envolvem de forma criativa elementos do hip-hop, b-boying, dança contemporânea e também danças sociais brasileiras. Recebeu o Prêmio de Melhor Roteiro da Fundação Ford, o Prêmio Encenação 2011 do Estado do Rio de Janeiro pelo espetáculo Eu Danço, o Prêmio FADA da Prefeitura do Rio de Janeiro (2012, 2013 e 2014), e o Melhor Prêmio Coreografia do Conseil International de la Danse (CID_Unesco).
A Companhia Urbana de Dança dirigida por Sonia Destri Lie, é hoje uma das mais conceituadas companhias do Rio de Janeiro. Realizando um trabalho minucioso de pesquisa das raízes culturais brasileiras e colocando este material em diálogo com as tendências contemporâneas da dança urbana, produz um material cênico e coreográfico riquíssimo e potente.
Os espetáculos trazem as identidades de seus bailarinos, suas referências e atitudes, um sotaque carioca, brasileiro e afrodescendente, ao mesmo tempo traduzível ao mundo, inserindo-se afirmativamente no que há de mais contemporâneo em dança urbana. Colocam em destaque os talentos de jovens brasileiros negros e pobres na modernidade, numa postura afirmativa e pluralista.
Bibliografia
Alexandre, Jane M. "“I Wanted to Be a Dance Company and Not a Social Project”: Sonia Destri." In Dance Leadership, pp. 47-62. Palgrave Macmillan, London, 2017.
Videografia
Vídeo Teaser
Nêgo (Eu, ele, nós, Tudo Preto)
Outros vídeos da Companhia Urbana de Dança
Canal da coreógrafa Sonia Destri Lie
Links
Site da Companhia Urbana de Dança
(Igor Gasparini | Pesquisa SPCD)