Dança em Rede

Filtros:

Fase de Transição: Moderno – Pós-Moderno

Segmento: Estilos de Dança
Cidade:
Estado:
País:
Conteúdo: Assim como o movimento moderno questionou o esquema clássico de definição das formas artísticas, a partir da década de 1940 surgiram críticas ao próprio moderno, que começava a se cristalizar em fórmulas previsíveis. As propostas de ruptura, antes inovadoras, tornavam-se monótonas e repetitivas. Esse período de transição coincidiu com um novo olhar sobre o mundo no pós-guerra e trouxe questionamentos às estratégias da dança moderna. Merce Cunningham, discípulo de Martha Graham, mesclou diversas técnicas com as quais tivera contato, criando propostas corporais. Desenvolveu estruturas cênicas que deslocavam o foco tradicional do centro do palco, valorizando igualmente todas as áreas do espaço. Utilizou o acaso como ferramenta coreográfica e contestou as convenções narrativas, abrindo caminho para uma dança menos dependente de contar histórias. Outro importante nome dessa transformação foi Alwin Nikolais, crítico do excesso de dramaticidade na dança moderna. Em seu trabalho pedagógico, incluía teoria, composição, percussão e notação, oferecendo não apenas formação técnica, mas uma compreensão ampla do movimento. Suas coreografias caleidoscópicas exploravam o corpo ora visível, ora oculto, inovavam no uso da iluminação e investigavam profundamente as relações entre corpo, tempo e espaço. Influenciados por grandes choques sociais, como a bomba atômica, esses criadores relativizaram a função expressiva da dança. Ao questionar suas estruturas, buscaram no experimento, na tecnologia e na multiplicidade de abordagens novas formas de composição. O resultado foram espetáculos densos, não emotivos, mas reveladores de conexões, estruturas e correlações, ampliando as possibilidades artísticas da cena contemporânea.
Data: 30 de setembro de 2025