Dança em Rede

Beatriz Consuelo

  • Categoria: Profissionais da dança
  • País de origem: Brasil
  • UF de origem: RS
  • Cidade de origem: Porto Alegre
  • Atividade: Bailarina
  • Data de nascimento: 26/12/2023
  • Data de falecimento: 03/07/2013

Histórico

Incentivada pelos pais, Beatriz Consuelo deu os primeiros passos no balé ainda menina, em Porto Alegre, na Escola de Bailados Clássicos Tony Seitz Petzhold, com a qual fez suas primeiras apresentações. Em 1947, mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a ter aulas com Nina Verchinina. Um ano depois, em 1948, foi admitida no Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde passou a figurar como primeira-bailarina a partir de 1949. Por lá, em meio a clássicos de repertório, dançou peças com temática brasileira, como O Papagaio Moleque" e "Sinhô do Bonfim", respectivamente com músicas de Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e Camargo Guarnieri (1907-1993), ambos montados 1952. Suas performances com o conjunto a fizeram ser premiada duas vezes com medalha de ouro pela Associação de Críticos Teatrais do Rio de Janeiro. Inspirada por uma turnê do Grand Ballet do Marquês de Cuevas no Rio, decidiu fazer as malas e, em 1953, zarpou em um transatlântico rumo à cidade de Marselha com o objetivo de integrar a companhia. Após uma audição conduzida por Bronislava Nijinska (1891-1972), foi aceita no corpo de baile do grupo, vindo a se tornar primeira-bailarina étoile em 1958. Em 1962, o Marquês de Cuevas morreu e a companhia se desfez, levando Beatriz a procurar novos palcos ao lado do partner Claude Darnet, com quem dançou na Ópera de Bordeaux como “premiè re étoile de ballet” até 1963. Nesse mesmo ano, também atuou como artista convidada do Ballet de Serge Golovine, com o qual fez turnês que viajaram pela Europa, África e América do Sul. No início de 1964, ela retornou ao Brasil, onde se apresentou pelo Nordeste e, depois, integrou a Caravana da Cultura idealizada por Paschoal Carlos Magno (1906-1980), que a levou a dançar em Salvador e em várias cidades do interior de Minas Gerais. Ainda nesse ano, Beatriz foi admitida no Ballet du Grand Théâtre de Genè ve, na Suíça, onde protagonizou pas-de-deux com nomes do quilate de Rudolf Nureyev (1938-1993) e Serge Golovine (1924-1998). Nesse período, ganhou diversos prêmios como primeira-bailarina. Continuou a dançar até 1969, quando deu à luz o único filho Frédéric Gafner (hoje com nome artístico Fofwa da'Imobilité), que, depois de ter dançado na Merce Cunningham Dance Company, administra hoje um grupo próprio. A partir desse momento, Beatriz se dedicou exclusivamente ao ensino da dança. Ao lado de Alfonso Cata (1937-1990), ela codirigiu a Êcole de Danse du Grand Téâtre de Genè ve desde sua fundação por George Balanchine (1904-1983), em 1969, e lá permaneceu até 1975, quando assumiu o estabelecimento de forma privada após a prefeitura se desfazer do empreendimento. Sob seu comando, peças clássicas e contemporâneas eram interpretadas pelos alunos, muitos dos quais passaram a integrar companhias como Béjart Ballet Lausanne, Ballet de Stuttgart, Nederlans Dans Theater e Ballet da Ópera de Lyon. Com o objetivo de preparar jovens bailarinos para a cena, Beatriz fundou a companhia junior do Ballet du Grand Théâtre de Genè ve em 1980, na qual fazia as vezes de coreógrafa. Ela permaneceu aí até 1999, quando se aposentou tanto da direção do grupo quanto da escola, transferida para seu pupilo Patrice Delay. Ao longo de sua carreira, participou de diversos festivais e viajou pela Europa para dar masterclasses. Como professora e ensaiadora, atuou no Prix de Lausanne (1979-1982) e no Concurso Nacional de Munique (1982-1984). Como jurada, no Concurso Coreográfico de Nyon (1975-1982), na banca de concessão da bolsa Migros, no Concurso de Houlgate (na França), no Concurso Mediterrâneo (1988-1991), no Torneio Eurovision de jovens bailarinos de Lausanne (1995) e no Festival de Dança de Joinville (2004). Entre 1992 e 1993, foi professora convidada no Conservatório Superior de Música de Lyon. Ela também recebeu honrarias, como a medalha Carlos Gomes, por seu desempenho da coreografia “Corrida”, de Lichine-Scarlati (1960), a Ordem de Rio Branco pelo conjunto de sua carreira (1975) e o prêmio da cidade de Genebra para as artes cênicas por sua contribuição no setor (2003). Morreu em 2013 aos 81 anos."

Bibliografia

CHAIX, Benjamin. Beatriz Consuelo: née sous une bonne étoile. Slatkine, Genebra, 2004.

DE RYCKE, Lisa: Beatriz Consuelo, in: KOTTE, Andreas (Ed.): Dictionnaire du théâtre en Suisse. Chronos Verlag. Zurique, 2005, vol 1, p. 406–407.

Verbete editado por:

Atualizado (MAIO 2023)