São Paulo Companhia de Dança: Goecke e a psicofisicalidade coreográfica
[…] Abrir assim, a série de 3 programas retrospectivos, em comemoração aos dez anos de um dos mais importantes grupos coreográficos do país, com uma seleção de obras de M.Goecke, tem um duplo e significante conceitual artístico. Afinal, graças à SPCD, seu emblemático inventário estético chegou aos nossos palcos em retomadas nacionais, com a singularidade de uma destas criações (Peekaboo) ter sido idealizada para esta Cia, com estreia em uma de suas turnês europeias.
Revelando os sérios propósitos e os avanços estilísticos de um grupo brasileiro de dança, provocativo de sólida convivência da tradição clássica à contemporaneidade, através de obras mestras destas duas tendências. Sempre sob o olhar artesanal e o comando seguro de Inês Bogéa, via sua incrível trupe de 30 bailarinos. À diretora artística da SPCD não falta inteligente arrojo ao privilegiar, num mesmo espetáculo, três obras de um coreógrafo sob a prevalente marca criativa de reiterativa linguagem gestual, entre o automatismo simétrico e a mecanicidade nervosa. […]