Dança em Rede

Antonia Mercé y Luque, ou “La Argentina” como era conhecida, foi a mais célebre bailarina espanhola do começo do século XX. Argentina foi a única representante feminina da vanguarda modernista madrilenha a dançar. Em 1890, com apenas dois anos de idade, foi levada a Espanha por seus pais, bailarinos em turnê. Sua mãe era a primeira bailarina do Teatro Real de Madri, e seu pai era o principal mestre. Ela foi iniciada na dança com quatro anos de idade por seu pai, entrou para a companhia com nove anos e aos onze anos foi apontada primeira bailarina. Em 1910, após uma viagem pelo sul da Espanha com sua mãe, onde começou a estudar dança flamenca e aprender sobre o estilo de vida cigano com as mulheres ciganas de Sevilha, Argentina foi viver na França, país onde viveu e fez sua carreira. A estética do modernismo de Paris, junto com o passado cigano da Espanha e o Neo primitivismo Romântico da Europa foram os principais referenciais que balizaram o seu trabalho.

1912 Em 5 de fevereiro estreia no Teatro Olympia de Paris em La Rose de Grenade. Recebe excelentes críticas, e fica conhecida na imprensa da cidade como A Rainha das Castanholas». O espetáculo fica em cartaz por vários meses.

1914 Se apresenta no Teatro Alhambra de Londres em El embrujo de Sevilla como «La Argentina», com outros bailarinos de flamenco.

1915 Realiza turnê pela América do Sul, em Buenos Aires, Santiago, Montevidéu e Lima como diversos solos.

1916 Se apresenta no Teatro Maxine Elliot em Nova Iorque. Enrique Granados compõe La danza de los ojos verdes, e dedica para ela.

1917 Se apresenta no México com as composições Danza de la rosa e Jota Valenciana, composições de Granados, Danza de Anitra de Grieg e La Gavota de Ponce. Recebe uma medalha dos trabalhadores do México. No mesmo ano retorna a Nova Iorque para participar da produção Land of Joy de Valverde e por esse trabalho recebe críticas elogiosas no jornal New York Times

1918 Realiza turnê pela Espanha com novas coreografias: Danza de los enanos, música de Grieg, Habanera, de Saraste, Córdoba, de Albéniz, Andaluzia, de Turina e Zingara, de Serrano.

1919 Estreia em Lima com La Niña de qué te las das, música de Font, Danza V, de Granados, La Gitana, por Valverde e Zapateado, de Malats.

1921 Participa como primeira bailarina da gala para homenagear o rei e a rainha da Bélgica no Teatro Real de Madri.

1925 Estreia El amor brujo em Paris. A produção faz parte da Exposição Universal das Artes Decorativas de Parisienses de 1925, que reuniu as obras hoje conhecidas como Art Deco.

1927 Estreia na Alemanha com coreografias da nova escola espanhola: El fandango del candil, música de Durán, El contrabandista, de Oscar Esplá, Juerga, de Bautista, Sonatina, de Halffter e Kinebombo, de Ponce.

1928 Funda sua própria companhia Les Ballets Espagnols, que aacompanhou em seis turnês internacionais até1936.

1929 Grava um disco com a gravadora Odeón com as composições Andalucía Sentimental, Goyescas, Seguidillas e Bolero da produção El fandango del candil.

1934 Se apresenta em Paris com Sacromonte,
de Turina, Ecos de parada, de Granados e Alegrías-Soleá, de Ballesteros-Yuste.»

Ninotchka Devorah Bennahum: Antonia Mercé, La Argentina»: flamenco and the Spanish avant garde. Hanover, 2000

Suzanne F. Cordelier: La vie brè ve de la Argentina. Paris,1936

Monique Paravicini (ed.): Argentina. Gilberte Cournand, Paris, 1956

Argentina. Bienal de Arte Flamenco (V el Baile). Sevilla, 1988

Ministerio de Cultura (ed.): Homenaje en su Centenario 1890-1990 Antonia Mercé ‘La Argentina’. Madrid, 1990

Suzanne de Soye: Toi qui dansais, (you danced and danced) Argentina. Paris, 1993

Carlos Manso: La Argentina, fue Antonia Mercé. Buenos Aires, 1993

Ria Schneider (ed.): Argentina. Antonia Mercé. Kastagnettenstücke, entstanden 1912-1936. IGkK, Köln, 1993″

(áudio apenas)

http://digital.march.es/merce/

http://www.britannica.com/EBchecked/topic/33788/La-Argentina

https://www.flamenco-world.com/tienda/autor/la-argentina/143/

http://en.wikipedia.org/wiki/La_Argentina

Por Luiza Libardi | Pesquisa SPCD 163

Atualizado (MAIO 2020)