Conteúdo
O grupo foi formado a partir de oficinas de dança realizadas no Centro Integrado de Arte (Ciarte) do Bairro Matadouro, hoje rebatizado como Teatro do Boi, e é mantido pela Prefeitura Municipal de Teresina, através da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves.
Inicialmente, faziam parte da companhia nomes como Sidh Ribeiro (que a dirigiu por 11 anos desde a fundação), Nazilene Barbosa, Ivoneide Silva Ribeiro, Fernando Freitas, João Brito, Eugênio Rego, Luzia Amélia e Roberto Freitas, atual diretor, entre outros.
Logo nesse começo, a proposta do Balé da Cidade de Teresina era integrar técnicas de dança contemporânea com a cultura e realidade local do Nordeste, em especial do Piauí, e levar seu trabalho para o mais perto possível do público. Assim nasceu Crispim, a Lenda" (1993), de Sidh Ribeiro, que tratava sobre o Cabeça de Cuia, mito popular piauiense, montado como espetáculo de lançamento do grupo e posteriormente dançado em ruas, escolas, praças e parques pelo interior do Piauí.
Nesse primeiro momento, a companhia investiu mais em coreografias curtas, prontas para excursionarem em festivais, mas também abria espaço para obras de noite inteira, em geral mesclando trabalhos de convidados com os de seus integrantes. O segundo espetáculo, montado em 1995, foi um “Divertissement” com várias peças dentre as quais estava uma inspirada em "Bolero", de Maurice Béjart (1927-2007), a partir da composição de Maurice Ravel (1875-1937).
A primeira experiência nacional do grupo aconteceu em 1996, quando fez uma de suas primeiras incursões pelo Sudeste ao participar do 4º Festival Passo de Arte, em São Bernardo do Campo, do qual saiu com quatro prêmios, entre os quais o de melhor coreografia para “Fuga”, de Dongo Monteiro, apresentada na Gala dos Vencedores do evento, naquele ano, no Theatro Municipal de São Paulo.
O grupo retornou ao festival em 1997 e 1998, sendo novamente premiado. No primeiro, foi agraciado pela coreografia "E Por Nós o Silêncio", de Sidh Ribeiro, que se transformaria no quarto espetáculo do grupo ao fim de 1997. No segundo, os prêmios foram de melhor grupo e melhor coreografia para “Fantasia Nordestina”, melhor duo Masculino por “Duelo” e melhor trio misto por “Por Mim, Por Nós”. Ainda em 1998, o Balé da Cidade de Teresina resolveu descer um pouco mais o Brasil e fez sua estreia no 16º Festival de Dança de Joinville, do qual saiu com um segundo lugar pelo duo “Malandragem” e um terceiro por “E Por Nós O Silêncio”.
Os bons resultados levaram o Balé da Cidade de Teresina a ser agraciado na volta para casa com a Medalha do Mérito Conselheiro Saraiva, principal honraria concedida pela Prefeitura Municipal de Teresina.
Em 1999, o conjunto fez nova incursão pelo Passo de Arte e o Festival de Joinville. No primeiro, foi apontado como melhor grupo por “Órfãos” e recebeu mais três primeiros lugares nas categorias grupo, duo masculino e trio masculino. No segundo, apresentou “Fantasia Nordestina” e “Duelo”, pelos quais ganhou respectivamente o título de melhor grupo do festival e o Troféu AN Festival, concedido pelo jornal "A Notícia" como revelação do evento naquele ano, com destaque para os bailarinos Fernando Freitas e Roberto Freitas.
A repercussão levou a companhia a participar, logo em seguida, do 5º Festival Internacional de Mar del Plata, na Argentina, em setembro de 1999, no qual conquistou quatro prêmios de primeiro lugar e uma menção honrosa pela coreografia "Vida", de Sidh Ribeiro.
Em 2000, o Balé investiu mais fortemente no Nordeste, apresentando-se no Festival Nacional de Dança de Fortaleza e no Festival de Dança do Recife, além de fazer uma noite de divertissements em São Luís (MA) ao lado da Pulsar Cia. de Dança. No segundo semestre, estreou o espetáculo "Fantasia Nordestina", de Sidh Ribeiro, que, no ano seguinte, integraria o Circuito Cultural Banco do Brasil.
Em 2003, estreou "Esp@çon@velouc@a", em homenagem ao poeta piauiense Torquato Neto (1944-1972). Em 2005, o atual diretor da companhia, Roberto Freitas, fez seu primeiro espetáculo para o grupo, "Entre Tantos".
Em 2006, o Balé da Cidade apostou em uma série de espetáculos com concepção de Valdemar Santos, diretor do núcleo de pesquisa folclórica, baseada em lendas piauienses: “A Porca do Dente de Ouro” (coreografada por Santos), “Pé de Garrafa” (coreografada por Márcio Gomes) e “Miridan” (coreografada por Samuel Alves).
De lá para cá, o grupo se estruturou de forma mais profissional, passando a contar com produtor, ensaiador e professores dedicados exclusivamente a essas funções a partir de 2005, quando Roberto Freitas assumiu a direção contando com o apoio de José Reis Pereira, então presidente da Fundação Monsenhor Chaves. Esse movimento marcou o retorno, em 2007, de Nazilene Barbosa, ex-bailarina da companhia, que passou a atuar como professora e coreógrafa.
Em 2013, o grupo celebrou 20 anos com uma intensa programação em Teresina, que incluiu temporadas compartilhadas com outros grupos da cidade, apresentações em casas de apoio, abertura para miniresidências de artistas, uma exposição fotográfica com curadoria de Tupy Neto e um livro no qual é narrada a trajetória da companhia, que, nesse período, se apresentou em mais de 40 cidades de 11 estados brasileiros. "