São Paulo Companhia de Dança: Um balanço
Em apenas cinco anos de existência, a São Paulo Companhia de Dança produziu 27 ou 29 coreografias, fruto de um trabalho conduzido com sabedoria e cautela. Ontem mesmo, ela enfrentava com êxito o desafiador In the Middle, Somewhat Elevated, de Forsythe, que, sendo de certa forma o protótipo da integração bem-sucedida da dança clássica com a contemporânea, situa bem as possibilidades da companhia. Eles são pouco mais de 40 bailarinos, mas todos perfeitamente aptos a se dedicar com mestria a ambas as expressões. Hoje, pela primeira vez, a companhia incorpora um grande balé de ação em seu repertório, e não é pouca coisa: o Romeu e Julieta com música de Prokofiev. Essa nova produção é exemplar. Deve-se ao jovem coreógrafo [italiano] Giovanni Di Palma, que, me parece, é pouco conhecido na França, apesar de ter dançado na Ópera de Nice, no Ballet de Dresden e no de Leipzig. […]
Mas, desde já, devemos afirmar que, além da São Paulo Companhia de Dança, provavelmente não existe alguma no Brasil que seja melhor vitrine da dança clássica e, ao mesmo tempo, da dança contemporânea. Nunca será demais afirmar o mérito digno de admiração de Inês Bogéa, a diretora, que guia suas trupes com mão firme e constrói para elas um repertório particularmente rico e judicioso. Esse resultado brilhante, obtido em cinco anos, é particularmente admirável, vindo dessa mulher pequenina, de aparência tão frágil que a veríamos, mais facilmente, dançando o papel de Giselle.