Dança em Rede

O Balé Folclórico da Bahia (BFB) foi criado em 1988 por Walson Botelho e Ninho Reis, que já haviam sido colegas no grupo de danças folclóricas Viva Bahia durante os anos 1980. Após três anos afastado da atividade para concluir sua graduação em Antropologia, Walson - ou Vavá, como é conhecido - recebeu o patrocínio de uma empresa para realizar um show com danças folclóricas. Assim nasceu o embrião do Balé Folclórico, que, em 1988, apresentaria no Festival de Dança de Joinville Bahia de Todas as Cores", um espetáculo de celebração aos cem anos da abolição da escravidão no Brasil. A boa receptividade do trabalho no estado catarinense rendeu convites nacionais e internacionais. A profissionalização da companhia já era uma realidade. Em 1992, o BFB fez sua estreia internacional no Festival da Alexanderplatz, em Berlim, para um público de mais de 50 mil pessoas. De lá, seguiu realizando pequenas turnês ao exterior até ser convidado para participar da Bienal de Dança de Lyon, na França, considerado o mais importante evento do gênero no mundo. Era 1994, ano em que o festival resolveu celebrar as raízes africanas na dança. Assim, o grupo baiano se apresentou ao lado de companhias consagradas como Alvin Ailey Dance Company, Ballet of Harlem, Bill T. Jones Dance Company e Dayton Ballet. A participação no evento foi a vitrine definitiva para que o conjunto vencesse o preconceito ainda encontrado dentro do Brasil devido a sua opção de trabalhar o folclore enquanto linguagem. Em 1996, o grupo retornaria a Lyon na Bienal que celebrou a dança brasileira. Desde então, realizou turnês às Américas do Norte e Central, Europa e Austrália, tendo se apresentado em importantes palcos dos Estados Unidos, França, Canadá, Suíça, Alemanha, Portugal, Finlândia, Suécia e Dinamarca. Desde 1993, o BFB está sob a direção artística de José Carlos Arandiba (Zebrinha), responsável pelo aprimoramento técnico dos 38 bailarinos do elenco, que fazem diversos tipos de treinamento em dança, música, teatro e outras linguagens que ajudem a legitimar a apresentação do folclore baiano nas coreografias. O princípio de trabalho é partir dos aspectos populares para atingir questões contemporâneas. O grupo contabiliza apresentações em mais de 255 cidades no exterior (sendo 182 somente nos Estados Unidos) de 25 países, incluindo Holanda, Suíça, Suécia, Portugal, Finlândia, México, África do Sul, Togo e Benin. Estabelecido desde 1995 em sede no Pelourinho, em Salvador, o Balé funciona em regime integral de seis horas de trabalho por dia. Nesse mesmo espaço, batizado de Teatro Miguel Santana, um segundo corpo de baile realiza espetáculos diariamente tendo como público, principalmente, turistas estrangeiros e de outros estados do Brasil. Um total de 600 bailarinos já passou pela companhia. ao longo de quase 25 anos de história. Em 1998, a companhia criou um braço educativo, o Balé Junior, que promove ações de ensino de dança e folclore a mais de 300 crianças carentes. Entre os vários prêmios recebidos pelo grupo ao longo de sua trajetória, destacam-se: Prêmio Fiat (oferecido pela Fiat do Brasil), como a melhor companhia de dança do país em 1990

Prêmio Estímulo (oferecido pelo Ministério da Cultura como a melhor companhia de dança do país e melhor espetáculo de dança do país em 1993)

Prêmio Mambembão (oferecido pelo Ministério da Cultura), como a melhor pesquisa em cultura popular e melhor preparação técnica de elenco em 1996

Prêmio Bom do Brasil (oferecido pela Varig), como um dos cinco mais importantes projetos sócio-culturais existentes no país em 2004, e o Prêmio Mérito ao Turismo (oferecido pela ABRAJET – Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo pelos serviços prestados ao turismo no estado). O BFB também foi apontado em 2013 como melhor atração turística do Estado da Bahia pelos visitantes do site TripAdvisor.”

Atualizado (MAIO 2020)