Dança em Rede
Subterrâneo
- Categoria: Coreografias
- País de origem: Brasil
- Cidade de origem: São Paulo
- Ano de criação: 2018
- Duração: 50 min.
- Grupos de estreia: Gumboot Dance Brasil
- Autores: Coreógrafo: Rubens Oliveira
Histórico
Mini Biografia do Coreógrafo
Bailarino e coreógrafo. Premiado em 2018 pela APCA como melhor coreografia/criação pela Direção e Coreografia do espetáculo SUBTERRÂNEO. Dedica-se a pesquisa do movimento há 18 anos, tendo em seu currículo a criação e concepção de 10 espetáculos em 3 diferentes grupos na cidade de São Paulo. Levando sua arte para outras cidades do país e do mundo. e uma ótima fonte de títulos, parágrafos e mais.Sinopse
Ancestralidade. Memória. História. Segredo. Tempo.
TERRA. Morada das almas. Recanto de todas os sangues da história do mundo, de todos os corpos, onde vibra a energia de tudo o que passou e tudo que ainda vai nascer.
Raiz. Amparo. Carne do planeta. Mãe. Terra.
AFRICA – SEC XIX
Embaixo da terra, homens negros, com sua a força de trabalho explorada pelos senhores do capital, lutavam para conquistar riquezas que jamais teriam para si. Expondo suas vidas ao risco, distante de suas aldeias e famílias, diariamente cavando buracos cada vez maiores, onde ficavam enterradas suas histórias, suas memórias e suas vozes (uma vez que não podiam nem comunicar-se entre si, por serem de etnias diferentes).
Um povo sem memória é um povo morto. Esquecido. Um homem desumanizado, não tem vida. “Deixa de existir”.
O ventre da terra é o descanso dos mortos, e esses homens já quase mortos, de tão descaracterizados de suas essências, não descansam, trabalham, mas ainda misteriosamente resistem. Lutam.
“ME ENTERRARAM SEM SABER QUE EU ERA SEMENTE”
Subterrâneo é a luta da vida sobre a morte.
Um pulsar que nasce de onde menos se imagina. Do silencio do vulcão antes da erupção. Do submundo, das profundezas, das sepulturas, das periferias.
É a força do enraizamento, daquilo que dá suporte ao tronco mais grandioso, mas não é visto. O fundamento. A semente.
Subterrâneo chega ao Grupo Gumboot Dance Brasil, com a urgência de fazer um paralelo entre a experiência dos mineiros africanos do Sec. XIX e a sobrevivência da população negra e periférica das grandes metrópoles brasileiras nos dias de hoje. Suburbanos explorados cotidianamente, com suas memórias sendo soterradas e suas vozes abafadas por um regime de extermínio que avança sistematicamente. Como sobreviver? Como ressignificar o cenário e resgatar a humanidade dentro de uma estrutura tão repressora e historicamente violenta?
A voz que ecoa na caverna é a mesma que faz a travessia pelas ruas da cidade.
A cores e a dores também são as mesmas. A motivação uma só: VIDA para ser celebrada com toda sua potência, originalidade, ancestralidade, memória e verdade. O manifesto: O corpo, a voz, o canto, dança e o coletivo forte e vivo.
Bibliografia
(Igor Gasparini | Pesquisa SPCD)