Dança em Rede

A dança butô nasceu no ano de 1959, no Japão. Seus principais fundadores e precursores foram Tatsumi Hijikata e Kazuo Ohno.

O “beshimi kata”, que surgiu na década de 60, é a movimentação considerada arquetípica do butô, na qual o corpo tem convulsões espasmódicas, os olhos revirados, a língua que salta para fora da boca e o rosto que fica irreconhecível.

A primeira vez que os brasileiros tiveram contato com a dança butô foi em 1986, com a vinda de Kazuo Ohno ao país.

O butô está para os primórdios da humanidade assim como para o mundo pós-atômico. A ancestralidade do butô está no útero materno, no caminhar dos agricultores japoneses e nas tragédias de Hiroshima e Nagasaki. Butô é o inconsciente, é a negação das tradições ocidentais e orientais, é o expressionismo alemão à la japonesa. No mesmo instante em que você tenta definir o que é o butô, não será mais butô. Todos os movimentos e danças cuja origem é desconhecida são butô. Butô é o que não conhece regras nem tabus. O corpo que dança butô, disse o coreógrafo Akaji Maro, é suportado por algo invisível. O entendimento do butô também vem do conceito de “corpo morto”.

Numa conversa com o coreógrafo japonês Takao Kusuno, residente no Brasil desde 1978 e que participou de parte do movimento butô no Japão, foi indagado como seria possível pensar o butô no Brasil, ou em um butô do Brasil. Ele responde: “originalmente, o butô não organizou movimentos de treinamento, que surgiram apenas muito tempo depois. Eram feitos experimentos com o corpo, para prová-lo em estados diferentes de existência”.

“Dance como uma flor que não pede licença para nascer”. (Kazuo Ohno).