Dança em Rede
Alejandro Ahmed
- Categoria: Profissionais da dança
- País de origem: Brasil
- UF de origem: SC
- Atividade: Coreógrafo
- Data de nascimento: 19/12/2023
Histórico
Alejandro Ahmed nasceu em 1971, em Montevidéu, no Uruguai, mas se mudou para o Brasil em 1974, onde deu seus primeiros passos na dança de forma autodidata a partir de 1984, tendo o jazz como base técnica.
Quatro anos depois, em Florianópolis, desenvolveu seu primeiro trabalho como coreógrafo para um recém-fundado Grupo Cena 11, ainda estruturado de forma amadora. O desejo de experimentar essa outra forma de fazer dança nasceu da vontade de integrar sua maneira de pensar o mundo com a forma de se colocar em cena. Por esse trabalho, coreografado quando ele tinha apenas 17 anos, Ahmed conquistou seu primeiro prêmio nacional: o 2º lugar no 7º Festival de Dança de Joinville (SC), em 1989.
A boa resposta o levou a partir de Florianópolis em busca de especialização. Entre 1990 e 1993, mudou-se para São Paulo, onde estudou balé clássico e jazz com Ismael Guiser (1927-2008), Ivonice Satie (1950-2008), Yoko Okada e Roseli Rodrigues (1955-2010). Durante esse período, integrou o Grupo Raça.
Em 1993, depois de fazer uma audição para entrar no Grupo Corpo, ele quebrou o pé e voltou para a capital catarinense, onde retomou os trabalhos com o Cena 11, de forma profissional, como coreógrafo residente, diretor artístico e bailarino.
À frente do grupo, Ahmed desenvolveu uma técnica batizada de percepção física", que se baseia na ideia de produzir uma dança em função do corpo e não fazer o corpo se modelar a partir da dança. O método foi inspirado por uma anomalia genética com a qual o coreógrafo nasceu: osteogenesis imperfecta, também conhecida como "doença dos ossos de vidro". Esse problema faz com que os ossos se quebrem com facilidade, o que levou o coreógrafo a criar um jeito de dançar com o qual possa dar tudo de si em cena, mas, ao mesmo tempo, seja capaz de preservar sua integridade física.
Não por acaso, o primeiro trabalho profissional do grupo foi batizado de "Respostas sobre Dor" (1994), que rendeu uma indicação ao Prêmio Mambembe da Funarte de 1995. A partir daí, o reconhecimento de Ahmed como coreógrafo foi crescente. A projeção nacional se deu com seus dois trabalhos posteriores, "O Novo Cangaço" (1996) e "Ina'Perfeito" (1997), que circularam bastante em festivais.
Em 1996, Ahmed partiu para novos cursos de aperfeiçoamento com Sasha Waltz, Bert Gztettner, CandoCo Dance Company, entre outros. No ano seguinte, foi selecionado pela Fundação Vitae para participar do programa International Coreographers Residency no American Dance Festival, na Carolina do Norte (EUA), no qual trabalhou como assistente de coreografia de Maria Rovira e estudou com David Zambrano e Mark Haim, entre outros. Nesse mesmo ano, recebeu o prêmio de melhor concepção cênica da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) por “O Novo Cangaço”.
Em 1998, outro prêmio: o Mambembe de melhor coreógrafo por "A Carne dos Vencidos no Verbo dos Anjos".
Em 2003 e 2004, Ahmed integrou o Conselho Consultivo do Festival de Dança de Joinville e, de 2003 a 2006, fez parte da comissão de seleção do Rumos Dança Itaú Cultural. Em 2006, foi contemplado com o prêmio Funarte Petrobras de Fomento à Dança.
O ano de 2007 rendeu muitas premiações. Sua coreografia "Pequenas Frestas de Realidade Insistente" foi agraciada pela APCA, o Bravo! Prime de Cultura e o Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia.
Em 2008, Ahmed realizou um intercâmbio com a Impure Company que resultou, dois anos depois, em "SIM – Ações Integradas de Consentimento para Ocupação e Resistência" (2010).
Em 2012, estreou "Carta de Amor ao Inimigo", que rendeu mais um prêmio APCA para a trajetória do grupo. Nesse mesmo ano, recebeu o Prêmio Klauss Vianna da Funarte com um projeto de celebração dos 20 anos do Cena 11 e criou o solo "Sobre Expectativas e Promessas", também elaborado com apoio da bolsa de desenvolvimento de pesquisa para criação do Rumos Dança do Itaú Cultural (2012-2014). Estreado em 2013, o trabalho marcou o retorno de Ahmed aos palcos desde 2009. "
Trabalhos
– Sobre Expectativas e Promessas” (2013)
– “Carta de Amor ao Inimigo” (2012)
– “SIM – Ações Integradas de Consentimento para Ocupação e Resistência” (2010)
– “Guia de Ideias Correlatas” (2009)
– “Embodied Voodoo Game” (2009)
– “Pequenas Frestas de Ficção sobre Realidade Insistente” (2007)
– “Skinnerbox” (2005)
– “Projeto SKR” (2002-2003)
– “Nina” (2001)
– “Violência” (2000)
– “A Carne dos Vencidos no Verbo dos Anjos” (1998)
“Ina’Perfeito” (1997)
– “O Novo Cangaço” (1996)
– “Respostas sobre Dor” (1994)”
Bibliografia
SPANGHERO, Maíra. A Dança dos Encéfalos Acesos. São Paulo: Itaú Cultura, 2003.
Videografia
Verbete editado por:
Atualizado (MAIO 2023)