Dança em Rede

La Bayadère

  • Categoria: Coreografias
  • País de origem: Rússia
  • Cidade de origem: São Petesburgo
  • Ano de criação: 1877
  • Duração: 120
  • Grupos de estreia: Ballet do Teatro Maryinsky
  • Autores: Marius Petipa
  • Remontagens: Royal Ballet (por Rudolf Nureyev)
    Ballet Bolshoi
    Kirov Ballet (por Vaganova) (Kirov foi o nome dado ao Maryinsky durante a revolução)
    Ballets Russes
    American Ballet Theater (por Natalia Makarova)

    Uma reconstrução em 2000 da última versão dirigida por Petipa (1900) foi feita pelo Ballet do Teatro Maryinsky a partir das notações coreográficas de Nicholas Sergeyev feitas em método Stepanov, o responsável pela reconstrução foi Sergei Vikharev

Histórico

Bailarino, coreógrafo e maître de ballet, Marius Petipa nasceu na França, foi aluno de Auguste Vestris e dançou e coreografou para diversas companhias francesas menores, sua fama sendo construída apenas na segunda metade do século XIX, na Rússia, para onde foi levado por Arthur Saint-Léon, como bailarino solista e professor de ballet adjunto do Teatro Maryinsky. Sem grande fama francesa, Petipa chega à Rússia em perfil discreto e ganhando pouco. Seu trabalho é reconhecido quando se torna Primeiro Maître da companhia e, em 1869, com a morte de Saint-Léon, Petipa passa a ser o principal Maître da Rússia: Maître do Ballet Imperial e professor e Inspetor da Dança na escola imperial, responsável por 120 alunos. Suas coreografias marcantes dessa primeira fase de trabalho incluem espetáculos longos e dispendiosos, com números cenários, efeitos visuais e elencos. Dessa época, A Filha do Faraó (1862) contava com 5h de espetáculo, crianças, mudanças drásticas de cenário, uma fonte jorrando água no palco, múmias e uma cena submersa no Nilo. A famosa cena do Reino das Sombras, de La Bayadè re (1877), foi originalmente composta para 64 bailarinos. Ê em 1882, após o assassinato do czar Alexandre II, que seu sucessor, Alexandre III, organiza uma grande reforma nos teatro imperiais, buscando um público maior e geral. Nessa reforma, Ivan Vsevolozhsky é apontado diretor do Maryinsky. Grande entusiasta dos ballets, ele se une a Petipa para a Realização de suas maiores obras, A Bela Adormecida, O Quebra Nozes e O Lago dos Cisnes, no período que Petipa chama, em suas memórias, de seus 17 anos de glória. Em 1899, Vsevolozhsky abandona o teatros imperial e Petipa segue com ele, trabalhando ainda até 1903, quando é forçado à aposentadoria. Seu livro de memórias, ditado por ele que estava na cama e devastado com sua situação social e desprezo que sentia da sociedade russa, foi publicado em 1906. Petipa morreu em 1910, encerrando o reinado francês na dança Russa.

Sinopse

La Bayadè re (A Dançarina do Templo) conta a história da bailarina Nikiya, apaixonada pelo guerreiro Solor que jurara ser fiel a ela. Porém, satisfeito com o trabalho de Solor, o Rajá Dugmanta lhe oferece a filha Gamzatti em casamento. Querendo se livrar de Solor e ficar com Nikyia, o Sacerdote Brâmane conta para o Rajá sobre o juramento de fidelidade entre os dois, porém o Rajá decide que Nikyia é quem deveria morrer. Gamzatti, que ficara sabendo do juramento de Solor, chama Nikyia e a tenta convencer e deixar Solor, oferecendo ouro e presentes a ela. Nikyia pega uma adaga, pronta para enfrentar Gamzatti, mas foge horrorizada com sua ação. Assim, Gamzatti também está a favor da morte de Nikyia.

Numa celebração, Nikyia recebe uma cesta de flores, naqual havia uma cobra escondida. Ela é picada pela cobra e morre. Solor, deprimido, fuma ópio e, em sonho, tem uma visão do espírito (ou sombra) de Nikyia, com quem se reconcilia. Quando ele acorda, seu casamento está sendo preparado.

Durante o casamento, ele é assombrado pela sombra de Nikyia, e quando o Sacerdote Brâmane oficializa a união de Solor e Gamzatti, os deuses se vingam pelo assassinato de Nikya, destruindo o templo e seus ocupantes. As sombras de Nikya e Solor são reunidas em espírito.

O Reino das Sombras é frequentemente apontado como uma das primeiras formas de criação de Ballet Abstrato, nele, a dança é mais relevante do que a história a ser contada.

Bibliografia

Algumas sugestões de leituras e referências acerca da História da Dança:

ANDERSON, Jack. Ballet and Modern Dance: a concise history
ANDERSON, Jack. Dança
AU, Susan. Ballet & modern dance.
BALANCHINE, George; MASON, Francis. Complete Stories of the Great Ballets
BOUCIER, Paul. História da Dança no Ocidente
CAMINADA, Eliana. História da Dança: evolução Cultural
COHEN, Selma Jean. Dance as a Theatre Art
CRAINE, Debra; MACKRELL, Judith. The Oxford Dictionary of Dance
DILS, Ann; ALBRIGHT, Ann Cooper. Moving History / Dancing Cultures: a dance history reader
FARO, Antonio Jose; SAMPAIO, Luiz Paulo. Dicionário de Balé e Dança
KIRSTEIN, Lincoln. Four Centuries of Ballet
KOEGLER, Horst. The Concise Oxford Dictionary of Ballet
PORTINARI, Maribel. História da Dança
SCHOLL, Tim. From Petipa to Balanchine
SORELL, Walter. Dance in Its Time

Videografia

http://youtu.be/wwuN_OdP05M

http://youtu.be/3ow9Sd5QfzA

http://youtu.be/t97hKSpd6R8

Links

Por Henrique Rochelle | SPCD Pesquisa 43

Verbete editado por:

Atualizado (MAIO 2020)